Ricardo Godoi tinha hipertrofia no coração, diz laudo; influenciador morreu após anestesia

O laudo pericial apontou que Ricardo Godoi tinha hipertrofia no coração (desenvolvimento excessivo do músculo do coração), o influenciador morreu no último dia 20 de janeiro em Itapema, Litoral Norte de Santa Catarina, após a aplicação de anestesia geral para uma tatuagem.

A informação foi confirmada pelo delegado Aden Claus, que lidera as investigações. O Inquérito Policial será finalizado nos próximos dias, quando será esclarecido se houve homicídio culposo, quando não há intenção de matar, até lá, nenhuma outra informação relevante do caso foi revelada.

imagem mostra influenciador Ricardo Godói tinha hipertrofia no coração

Ricardo Godói tinha hipertrofia no coração, diz laudo pericial – Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Na época, Aden explicou que Godói e o estúdio de tatuagem entraram em acordo para uma parceria, em que o influenciador tatuaria toda a costa. Portanto, a estúdio entrou em contato com a clínica e contratou o médico anestesista.

“Foi solicitado que o Ricardo realizasse vários exames de saúde para atestar as condições físicas dele para realizar o procedimento. Segundo ele, os exames foram feitos e Ricardo estava apto para realizar os procedimentos”, enfatizou o delegado.

Ricardo Godói tinha hipertrofia no coração e morreu logo após a anestesia

A tatuagem foi marcada no dia 20 e todos estavam no hospital em Itapema. “Logo após aplicar a anestesia, Ricardo já apresentou complicações, os médicos o intubaram e tentaram animá-lo por cerca de 50 minutos, sem sucesso”, explica o delegado.

imagem mostra influenciador Ricardo Godói tinha hipertrofia no coração

O influenciador Ricardo Godói pretendia fazer uma tatuagem nas costas e optou pela anestesia geral – Foto: @ricardo.godoi.oficial/Instagram/ND

Na certidão de óbito, as causas da morte são paradas respiratória e cardíaca devido ao uso de anabolizantes. Ao conversar com familiares de Ricardo, eles informaram que ele não utilizava anabolizantes há 5 meses e por isso estaria apito para a tatuagem.

A família estaria inconformada com a morte de Godói e, por isso, a Polícia Civil pediu uma ordem judicial para a exumação do corpo um dia após o sepultamento do influenciador.

Anestesia para tatuagem é recomendada?

Segundo o cardiologista Raphael Boesche Guimarães, reações alérgicas, instabilidade cardiovascular e complicações graves, como paradas cardiorrespiratórias, podem ocorrer mesmo em pacientes saudáveis.

“Esse é um procedimento que deve ser feito exclusivamente em ambientes controlados, com monitoramento contínuo e equipe treinada para responder prontamente a complicações”, explica.

O médico ressalta que a anestesia geral para tatuagens, embora não seja proibida, deve ser tratada com extremo rigor. Nesses casos, a consulta pré-anestésica é essencial para avaliar os possíveis riscos.

imagem mostra médicos em cirurgia; Ricardo Godoi tinha hipertrofia no coração

Anestesia geral deve ser usada com responsabilidade e cuidado, diz médico – Foto: Maurício Vieira/Secom

“A análise de fatores como saúde cardiovascular é indispensável. Sem essa avaliação criteriosa, o risco de complicações graves aumenta significativamente”, alerta.

O paciente também deve assinar um termo de consentimento informado, em que reconhece os riscos do procedimento. Segundo o Dr. Raphael Boesche Guimarães, o influenciador sofreu complicações ainda na fase inicial sedação, o que expôs a necessidade de maior cautela.

“A parada cardiorrespiratória no início da sedação pode indicar a ausência de protocolos adequados ou condições de saúde não identificadas previamente. Isso reforça a importância de uma avaliação rigorosa e do cumprimento de todas as normas de segurança”, ressalta.

Cardiologista aponta três pilares fundamentais para a segurança da anestesia:

  • Avaliação prévia completa: É indispensável identificar condições que possam aumentar os riscos, como problemas cardiovasculares;
  • Análise de riscos e benefícios: A decisão de utilizar anestesia geral deve levar em conta se o benefício realmente compensa os perigos;
  • Cumprimento de protocolos médicos: Apenas equipes qualificadas e ambientes preparados devem realizar procedimentos com anestesia geral.

“A segurança deve ser sempre a prioridade. Mesmo em contextos aparentemente simples, os riscos não podem ser subestimados”, conclui.

 

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