Governo Central tem déficit de R$ 31,6 bi: em fevereiro: “tendência preocupa” diz economista

O Governo Central — que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — registrou um déficit primário de R$ 31,673 bilhões em fevereiro de 2025, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Tesouro Nacional. Embora o valor represente um rombo nas contas públicas, foi o melhor resultado real para o mês desde 2022, superando o desempenho de fevereiro do ano passado, quando o déficit foi de R$ 58,3 bilhões.

O número ficou ligeiramente acima da expectativa do mercado, que projetava um déficit de R$ 30,925 bilhões para o mês. Ainda assim, o resultado é visto com relativa moderação dentro do contexto fiscal do primeiro bimestre.

Superávit acumulado surpreende e alivia tensões

No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o Governo Central apresenta um superávit de R$ 53,184 bilhões, também o melhor desempenho para o período desde 2022. O dado é visto como um alívio temporário diante das preocupações crescentes com o aumento de despesas e a sustentabilidade das contas públicas.

Déficit primário: Previdência continua pressionando

O resultado negativo de fevereiro foi influenciado principalmente pelo desempenho do INSS, que teve déficit de R$ 22,95 bilhões no mês. Por outro lado, o Banco Central teve um leve superávit primário de R$ 9 milhões, praticamente neutro no consolidado.

Receita cresce, mas despesa cresce mais

As receitas do Governo Central tiveram alta real de 2,3% em relação a fevereiro de 2024, impulsionadas por uma base mais forte de arrecadação. No entanto, o avanço foi superado pela alta das despesas, que cresceram 12,6% em termos reais na mesma base de comparação.

Um ponto de atenção é o peso das despesas obrigatórias, que representaram 17% do PIB nos 12 meses encerrados em fevereiro, demonstrando o desafio fiscal de longo prazo.

Resultado em 12 meses mostra desequilíbrio

No acumulado de 12 meses até fevereiro, o déficit primário do Governo Central correspondeu a 0,09% do Produto Interno Bruto (PIB). Embora o número ainda esteja abaixo do teto estabelecido pela nova regra fiscal, ele evidencia uma trajetória preocupante diante do crescimento das obrigações públicas e da lenta execução de medidas de corte de gastos.

Opinião: déficit reforça desafios

Para o economista Alex André, o déficit de fevereiro reforça os desafios crescentes da política fiscal brasileira. “O governo enfrenta um forte crescimento das despesas muito acima da arrecadação. Apesar do superávit no bimestre, a tendência preocupa, especialmente com o déficit crescente do INSS e o peso das despesas obrigatórias”, alerta.

Segundo ele, a desaprovação recorde do governo reflete a percepção de fragilidade fiscal, que pode levar à alta dos juros e comprometer a confiança do mercado. “O desafio agora é equilibrar as contas sem depender apenas do aumento de impostos, evitando uma deterioração econômica ainda maior”, conclui o economista

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