Ibovespa recua, desemprego sobe, e inflação preocupa nos EUA

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado financeiro encerra a semana nesta sexta-feira (28) com um clima de cautela entre investidores, refletindo dados econômicos preocupantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, opera em queda moderada, enquanto o dólar registra valorização frente ao real.

Ibovespa opera em baixa com tensão por dados econômicos

Durante toda a sessão, o Ibovespa manteve tendência negativa, com queda moderada, girando próximo dos 132.700 pontos. Entre os destaques negativos do pregão estão as ações da Vamos e da Hapvida, que sofreram perdas expressivas logo nas primeiras horas do dia.

Por outro lado, os papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) ajudaram a segurar maiores perdas do índice, registrando leves altas ao longo do pregão.

Dólar sobe em dia de aversão ao risco

No mercado cambial, o dólar comercial apresenta alta, sendo cotado a R$ 5,76. Esse movimento é motivado pela aversão ao risco gerada por números preocupantes de inflação dos Estados Unidos e também pelos dados locais sobre o mercado de trabalho brasileiro.

Desemprego sobe para 6,8% no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta manhã que a taxa de desemprego no país subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro.

Caio Augusto, economista do Terraço Econômico, em entrevista ao programa Flash News, avaliou o impacto desses dados no cenário econômico nacional:

“Esse dado recente do desemprego traz uma notícia mais ou menos e uma notícia boa. A parte negativa é que, mesmo com essa alta recente, o desemprego ainda é baixo o suficiente para continuar pressionando a inflação. O nível ideal, sem gerar essa pressão inflacionária, estaria entre 8% e 10%. No entanto, a notícia boa é que o número de pessoas empregadas e a massa salarial continuam altos, mostrando que a economia está mais resiliente. Não teremos um grande choque de desaceleração ou recessão em 2025, embora o crescimento certamente seja menor que nos anos anteriores.”

Segundo o especialista, a economia brasileira vai desacelerar, mas não haverá recessão, o que já é considerado uma boa notícia diante do histórico recente do país.

Inflação nos EUA aumenta preocupações globais

Nos Estados Unidos, o índice de inflação mais observado pelo Federal Reserve (Fed), o Core PCE, avançou 0,4% em fevereiro, enquanto o consumo das famílias teve leve alta de 0,1%.

Caio Augusto comenta que essa combinação indica que os consumidores norte-americanos estão sentindo o peso dos preços altos:

“Os preços já chegaram a um ponto em que as pessoas estão repensando suas compras. Até agora, o mercado americano vinha resistindo bem à inflação, mas agora, em 2025, já temos claros sinais de desaceleração. A situação pode piorar com as novas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump, pressionando ainda mais os preços ao consumidor. O risco é uma ‘porrada inflacionária’ no curto prazo e uma queda forte do PIB no médio prazo.”

Ele ainda enfatiza que a inflação nos EUA, ainda acima da meta do Fed (em torno de 2%), pode levar o banco central norte-americano a manter juros elevados por mais tempo, o que afetaria diretamente mercados emergentes como o Brasil.

Perspectivas para investidores

Para investidores de curto prazo, recomendações para operações como day trade nesta sexta-feira incluem ações da Eletrobras, Multiplan, Pão de Açúcar e Klabin.

De maneira geral, o mercado segue atento às próximas decisões do Fed sobre a taxa de juros e às possíveis consequências das políticas protecionistas nos Estados Unidos.

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