Búzios avança, dividendos recuam: o novo plano da Petrobras

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A Petrobras decepcionou parte do mercado no quarto trimestre de 2024 ao anunciar dividendos menores que o esperado. O motivo, segundo o analista Fred Nobre, da Warren Investimentos, foi o aumento dos investimentos — ou CAPEX — puxado por uma antecipação estratégica no campo de Búzios, no pré-sal.

“A companhia adiantou recursos para ampliar a produção em Búzios, que é o ativo mais rentável da empresa no segmento de exploração e produção (E&P). Isso encurtou o fluxo de caixa livre e, com isso, reduziu o montante de dividendos pagos no trimestre”, explica Nobre. A fórmula da Petrobras prevê que 45% do FCL (fluxo de caixa livre) seja distribuído como proventos. Se o CAPEX sobe, o espaço para dividendos diminui.

O mercado reagiu negativamente, mas o analista alerta que a decisão não compromete os fundamentos da companhia. “A gente continua vendo valor na Petrobras. Esse recuo pode ter criado uma janela interessante de entrada para quem pensa no médio e longo prazo”, diz ele.

Segundo Nobre, o mercado está excessivamente focado na política de dividendos para os anos de 2025 e 2026, sobretudo porque a eleição presidencial pode influenciar diretamente o comando da estatal. “Existe esse receio de interferência política, o que gera volatilidade. Mas operacionalmente a empresa segue muito sólida, com forte geração de caixa e projetos bem estruturados”, afirma.

O campo de Búzios é considerado peça central da estratégia da estatal. Ele concentra investimentos relevantes da companhia e é o que mais contribui para a rentabilidade da área de exploração e produção. “Antecipar produção ali é apostar no core da companhia. Foi uma escolha que tem sentido estratégico, embora penalize o curto prazo”, conclui Nobre.

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