Chacina da Baixada: maior matança da história do RJ completa 20 anos

Há exatamente 20 anos, o Rio de Janeiro (RJ) foi palco da chacina que resultaria na noite mais sangrenta da história do estado.

Em 31 de março de 2005, 29 pessoas — incluindo crianças — foram baleadas por policiais militares à paisana. Insatisfeitos com novas normas impostas após uma troca de comando nos batalhões da PM da região, eles planejaram uma vingança e tiraram a vida de inocentes.

À época, a barbárie ganhou repercussão nacional e internacional. Até hoje, a tragédia permanece na memória dos cariocas, que tiveram sua paz rompida por tamanha violência.

A barbárie

Segundo a plataforma WikiFavela, que reúne conhecimentos sobre favelas e periferias, a chacina atingiu os bairros de Moquetá, Posse, Cerâmica e Rua da Gama (em Nova Iguaçu), e Fanchen, Centro, Morro do Cruzeiro e Praça da Bíblia (em Queimados). No primeiro município, 17 pessoas foram assassinadas. Outras 12 foram mortas no segundo, totalizando 29 vítimas nas duas cidades da Baixada Fluminense.

Os policiais saíram juntos de um bar e dispararam contra as vítimas de dentro de um carro.

Investigação e condenação

As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) e da Polícia Federal (PF) levaram o Ministério Público (MP) a denunciar 11 policiais. No entanto, apenas sete foram formalmente acusados — os demais foram liberados por falta de provas.

O PM Gilmar da Silva Simão, que buscava obter o benefício da delação premiada, foi morto durante as investigações. Ele foi executado com 15 tiros, em 2006, após prestar depoimento. Não há informações concretas sobre quem teria ordenado o assassinato.

Os outros seis policiais foram condenados entre 2006 e 2009. Em agosto de 2006, o Tribunal do Júri de Nova Iguaçu condenou um dos réus a 543 anos de prisão. Em dezembro de 2007, outro policial foi julgado e sentenciado a 542 anos de reclusão em regime fechado.

Outros dois receberam penas de 543 anos e de 480 anos e seis meses de prisão, respectivamente, por homicídio, tentativa de homicídio e formação de quadrilha.

Dois policiais tiveram a acusação de homicídio retirada e foram condenados apenas por formação de quadrilha, com penas de sete anos cada.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.