Algumas árvores podem prosperar depois de serem atingidas por raios

Durante uma tempestade, é normal que raios apareceram no céu e descarreguem milhões de volts de eletricidade em pontos altos que encontram pelo caminho, como antenas, torres e árvores, que acabam morrendo com o impacto.

No entanto, um estudo publicado na última quarta-feira (26/3, na revista científica New Phytologist, mostra que uma espécie de árvore tropical sobrevive aos raios e ainda consegue prosperar depois deles. Trata-se da Dipteryx oleifera.

A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores norte-americanos e panamenhos durante uma expedição no Panamá. Ao analisar um sistema de localização de raios e informações de drones e modelos 3D da copa de 93 árvores, eles perceberam que a grande adaptabilidade da Dipteryx oleifera dá à ela uma vantagem competitiva sobre as outras espécies.

Isso acontece porque a Dipteryx oleifera é mais alta que as vizinhas ao seu redor, atraindo para si os raios. Além de eliminar as árvores ao lado, os raios matam os cipós parasitas, ajudando a melhorar a saúde da planta. Todos esses aspectos levam essa espécie viver por séculos, sem maiores danos.

 

Foto colorida de árvores altas - Metrópoles
Árvores altas como a Dipteryx oleifera tendem a ser alvos mais fáceis de raios

A queda das árvores vizinhas ainda proporciona mais luz e espaço para o crescimento da espécie. Outra vantagem observada pela equipe liderada pelo ecologista florestal Evan Gora, do Instituto Cary de Estudos do Ecossistema, é que a tolerância da árvore aumenta drasticamente sua capacidade de reprodução, tornando-as mais bem-sucedidas no ambiente em que sobrevive.

“Esses padrões sugerem que os raios desempenham um papel subestimado na competição entre árvores, nas estratégias de história de vida e na coexistência de espécies”, afirmam os autores do estudo no artigo publicado.

Agora, os pesquisadores buscam entender como essas árvores conseguem suportar essas grandes quantidades de descarga elétrica, além de investigar se outras espécies têm a mesma capacidade.

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