Dólar e Bolsa caem, às vésperas do “Dia da Libertação” de Trump

O dólar fechou em queda de 0,92%, cotado a R$ 5,70, nesta segunda-feira (31/3). O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), caiu 1,04%, aos 130.526 pontos.

Nesta semana, destacam analistas, os mercados tendem a operar sob forte volatilidade, como ocorreu nesta segunda, com o início da vigência das tarifas recíprocas, impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A previsão é que essas sobretaxas comecem a valer na quarta-feira (2/4).

Diante dessa perspectiva, diz Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, observa que os investidores correm para “portos seguros”. Isso significa que a tendência é que busquem proteção em ativos como o ouro e fujam do de mercados como de ações.

Ouro e Bolsas

Às 16 horas, não por acaso, o ouro anotava valorização de 1,30%, cotado a US 3.154 a onça (o equivalente a 31 gramas). Ao mesmo tempo, as Bolsas caíram pelo mundo. Na Ásia, o Nikkei, índice da da Bolsa de Tóquio, liderou as perdas do dia com recuo de 4,05%. Seul caiu 3%; Hong Kong, 1,31%; e, na China continental, o Xangai Composto baixou 0,46%.

Na Europa, a situação não foi diferente. O índice Stoxx 600, com dados de empresas de 17 países da Europa, fechou em queda de 1,47%. O DAX, de Frankfurt, afundou 1,33% e o FTSE 100, de Londres, perdeu 0,88%.

Queda no Brasil

No Brasil, observa o analista Vieira Junior, o Ibovespa seguiu na mesma direção. Fechou em queda de 1,04%. Em Nova York, no entanto, os principais índices das Bolsas conseguiram se recuperar ou reduziram as perdas. Às 15h25, (de Brasília), o Dow Jones subia 0,76% e o S&P 500 avançava 0,20%. O Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, foi no sentido contrário e caía 1,11%.

Dólar em baixa

Considerado o quadro de aversão ao risco por parte dos investidores, o dólar, em tese, deveria se valorizar em relação ao real. Deu-se, contudo, o contrário. A moeda americana fechou em queda de 0,94% frente a divisa brasileira. O real apresentou um resultado melhor, se comparado com outros emergentes. O peso mexicano, por exemplo, caiu cerca de 0,50%.

Batalha da Ptax

Vieira Júnior observa que, como esta segunda-feira foi o último dia do mês, nessas ocasiões o mercado de câmbio trava o que os analistas chamam de a “guerra da Ptax”. A Ptax é uma média do preço do dólar em relação ao real, calculada pelo Banco Central (BC). Ela serve de referência para contratos de câmbio.

No fim do mês, empresas e investidores tentam influenciar a cotação da moeda americana para que a média lhes seja favorável. Com isso, esses grupos vendem ou compram grandes quantidades de dólar para puxar o preço da moeda, quer para cima, quer para baixo, afetando a média final.

“Também houve declarações de membros do Banco Central, reforçando o compromisso para alcançar a meta de inflação de 3%”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, citando outro fator para a valorização do real frente ao dólar nesta segunda-feira.

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