Especialista vê risco de mudança na hegemonia do dólar com retorno de Trump

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O presidente dos Estados Unidos Donald Trump pode estar adotando uma estratégia para reduzir a demanda global por dólar, segundo análise do especialista em macroeconomia Fábio Fares no programa BM&C News. A medida estaria alinhada à sua visão histórica de que a moeda americana, quando valorizada, prejudica a competitividade da indústria dos EUA frente a países como a China.

Trump já havia levantado a bandeira do dólar “forte demais” durante sua primeira campanha presidencial e manteve esse discurso ao longo do mandato. Agora, ao defender barreiras comerciais e questionar o acúmulo de reservas externas em títulos do Tesouro americano (Treasuries), ele parece querer redesenhar o papel do dólar como moeda de reserva global, redistribuindo os custos dessa hegemonia para outras economias.

Segundo Fares, o fortalecimento do dólar, embora seja visto como sinal de robustez econômica, tem efeitos colaterais importantes: ele encarece os produtos americanos, enfraquece a indústria local e favorece países que adotam práticas de desvalorização cambial, como a China. “O dólar forte é ruim para a indústria americana. Ele tira competitividade dos EUA em um mundo onde a China controla sua moeda e faz dumping em escala global”, afirmou o especialista.

Fares também chama atenção para a diferença entre desdolarizar reservas cambiais e retirar a soberania do dólar como principal referência no sistema financeiro. “Existe uma confusão: uma coisa é os países venderem dólares das reservas dos seus bancos centrais. Outra é acabar com a dominância do dólar como padrão em contratos globais de dívida e no mercado financeiro”, explicou. Ele lembra que o mercado de renda fixa global soma cerca de US$ 140 trilhões — grande parte atrelada ao dólar, o que reforça o peso da moeda mesmo com ajustes em reservas externas.

O analista observa ainda que há uma semelhança no comportamento dos mercados no início deste novo ciclo de Trump com o início de seu primeiro mandato, embora o cenário geopolítico e econômico global seja diferente. “O comportamento do mercado é parecido com 2017, o que mostra que há uma tentativa de retomar políticas anteriores”, disse Fares.

A estratégia de Trump, caso avance, pode representar uma mudança relevante na política externa e na economia global, desafiando o papel histórico dos EUA como centro do sistema financeiro. Um dólar mais fraco pode ajudar as exportações americanas, mas também traz riscos — especialmente em tempos de inflação persistente e juros elevados.

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