PF apreende BMW de luxo com golpista que furtou R$ 1 milhão em minutos

A Polícia Federal (PF) apreendeu, nesta terça-feira (1º/4), uma BMW X8 de luxo avaliada em mais de R$ 1 milhão com um dos principais investigados da Operação Tripeiros, que visa desmantelar uma das maiores organizações criminosas especializadas em fraudes bancárias eletrônicas contra empresas no Brasil.

O carro de alto padrão foi localizado durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Balneário Camboriú (SC). O bem foi sequestrado judicialmente por suspeita de ter sido adquirido com recursos provenientes de atividades criminosas.

A organização criminosa usava técnicas sofisticadas de engenharia social e phishing. Após obter dados bancários de empresas, os golpistas criavam sites falsos (clones) de instituições financeiras, convencendo as vítimas a acessarem esses ambientes fraudulentos. Com as credenciais em mãos, realizavam transferências em tempo real.

Em um único golpe, a quadrilha conseguiu furtar quase R$ 1 milhão de uma conta empresarial em poucos minutos. O valor foi imediatamente pulverizado em mais de 70 contas de “laranjas” espalhadas por 12 estados, incluindo Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Ao longo de um ano e meio de investigações conduzidas pela Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos da PF, foi constatado que o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões em recursos ilícitos.

Nesta fase da operação, a PF cumpriu 12 mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e sequestro de bens nos estados de São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Ceará.

A Operação Tripeiros é um desdobramento da Operação Faroeste Digital, deflagrada em 30 de abril de 2024. À época, a apreensão de um celular — jogado pela janela por um dos alvos — forneceu elementos cruciais para a descoberta da rede criminosa. Na operação anterior, a quadrilha já havia causado prejuízos de mais de R$ 2 milhões a empresas.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro, invasão de dispositivo informático e falsidade documental.

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