Hamas vai deixar reféns em áreas de Gaza onde Israel pretender atacar

Depois de Israel anunciar uma expansão nas operações militares na Faixa de Gaza, o Hamas disse que deixará reféns que ainda estão vivos no enclave palestino em áreas que podem ser atacadas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4/3) pelo porta-voz do grupo, Abu Obeida.


Cessar-fogo em Gaza

  • Em 19 de janeiro, Israel e Hamas iniciaram um cessar-fogo após mediação do Catar, Estados Unidos e Egito. O plano de paz foi dividido em três partes.
  • Na primeira delas, 33 reféns israelenses foram libertados pelo Hamas, em troca de cerca de 1,9 mil prisioneiros palestinos.
  • A segunda etapa do cessar-fogo passaria a ser negociada a partir de março, depois da conclusão da primeira fase.
  • O governo de Israel, contudo, não cumpriu o que já havia sido acordado e exigiu uma extensão da primeira fase do cessar-fogo, assim como a libertação de todos os reféns que ainda estão em Gaza.
  • Na segunda fase estava prevista a retirada de tropas israelenses do enclave palestino. O que, na prática, significaria o fim de operações israelenses em Gaza.
  • Ao invés disso, a administração de Benjamin Netanyahu dobrou a aposta e retomou os ataques em Gaza, com o objetivo de destruir o Hamas.

“Metade dos prisioneiros israelenses vivos estão localizados em áreas nas quais o exército de ocupação israelense solicitou a evacuação nos últimos dias”, disse o porta-voz do Hamas. “Decidimos não transferir esses prisioneiros dessas áreas e mantê-los sob rigorosas medidas de segurança, que são extremamente perigosas para suas vidas”.

A estimativa é de que 58 reféns israelenses, entre vivos e mortos, ainda estejam sob o domínio do grupo extremista.

O comunicado surge dois dias depois de o ministro da Defesa de Benjamin Netanyahu, Israel Katz, anunciar uma expansão nas operações em Gaza, com o objetivo de anexar partes do território palestino à uma zona de segurança criada por Israel.

Em 18 de março, forças israelenses retomaram os ataques contra a Faixa de Gaza, após dois meses de um frágil cessar-fogo com o Hamas. Os números do Ministério da Saúde do enclave palestino mostram que mais de mil pessoas já morreram desde então. O número total de palestinos mortos desde o início da guerra, em outubro de 2023, já ultrapassa 50 mil.

 

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