Multidão ocupa Avenida Paulista e grita por “anistia, já” aos presos no 8 de janeiro: vídeo

Uma multidão tomou conta da Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 6 de abril de 2025, em um ato fervoroso pela anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e vandalizadas. Com gritos de “anistia, já”, ecoando pelo ar, o ex-presidente Jair Bolsonaro subiu ao palco para discursar, acompanhado de aliados de peso, como sete governadores, a vice-governadora do Distrito Federal e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).

Bolsonaro, em tom combativo, destacou o caso de mulheres condenadas a penas severas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mencionando até mesmo figuras como uma cabeleireira, um pipoqueiro e um vendedor de sorvetes entre os punidos. Ele voltou a mirar o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de usar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para assistir a jogos de futebol, uma crítica que inflamou os manifestantes.

“O golpe deles só não foi perfeito porque eu saí do Brasil em dezembro de 2022. Se eu ficasse, estaria preso ou até assassinado por quem colocou esse vagabundo na presidência”, declarou, repetindo o discurso feito no ato de Copacabana.

O ex-presidente também se colocou como alvo de uma perseguição política implacável. “Estou no caminho deles, e se acham que vou desistir ou fugir, estão enganados. Fiz um juramento de defender minha pátria, nem que seja com o sacrifício da minha vida. O que esses canalhas querem é me matar”, afirmou. Ele ainda defendeu que sua ausência como candidato nas eleições de 2026 seria uma afronta à democracia, citando decisões judiciais em outros países que barraram políticos.

Michelle Bolsonaro, a ex-primeira-dama, também foi ao carro de som, acompanhada de líderes religiosos, para reforçar o pedido de anistia. Em um gesto simbólico, pegou um batom para lembrar a cabeleireira condenada, a quem chamou de “símbolo da luta pelo Brasil”. Criticando a “injustiça” das penas definidas pelo STF, ela fez um apelo direto ao ministro Luiz Fux, que já sinalizou possibilidade de revisão das sentenças, pedindo que “mães” não sejam mantidas presas. “Teremos dias melhores no Brasil”, prometeu Michelle, que exibiu ao lado do marido três de seus filhos — Flávio, Carlos e Jair Renan —, lembrando que Eduardo Bolsonaro, deputado, está fora do país.

Entre os governadores presentes, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) foi um dos mais enfáticos. Ele associou a alta dos preços de alimentos à ausência de Bolsonaro no poder e defendeu a anistia como um resgate histórico, citando outros momentos de reconciliação no Brasil. “Quero prisão sim, mas para assaltante, ladrão de celular, invasor de terra e corrupto”, bradou. Já Ronaldo Caiado (União-GO) reconheceu a gravidade dos atos de 8 de janeiro, mas criticou a desproporção das punições. “É uma ação do Estado que não pode parecer vingança”, disse.

Malafaia e Nicolas atacam

O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, elevou o tom contra o STF e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem acusou de travar o projeto de anistia no Congresso. “Você, Hugo Motta, está envergonhando o povo da Paraíba”, disparou, enquanto chamava Alexandre de Moraes de “ditador” e generais do Exército de “covardes”. Em outro momento marcante, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) subiu ao caminhão e chamou Moraes de “covarde”, afirmando que a manifestação era uma resposta aos “ditadores de toga”. “Fizeram de tudo para massacrar Bolsonaro, mas se lascaram. Olha a gente aqui!”, exclamou.

O ato foi marcado por palavras de ordem, ataques ao Judiciário e um clamor unificado pela volta de Bolsonaro ao cenário político. Com a presença de figuras como Jorginho Melo (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Lima (União-AM), Mauro Mendes (União-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Celina Leão (PP-DF), a manifestação reforçou a força do ex-presidente entre seus aliados e seguidores.

VÍDEO DA MANIFESTAÇÃO

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