Dólar sobe, Bolsa cai. Sangria continua com ameaças de Trump à China

Os mercados de câmbio e ações seguem acusando os solavancos provocados pelas tarifas sobre produtos importados, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta segunda-feira (7/4), o dólar subiu 1,29%, cotado a R$ 5,91. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou novo recuo, com queda de 1,40%, aos 125.479 pontos.

A sangria dos mercados começou pela Ásia. A Bolsa de Hong Kong derreteu 13,22%, a maior baixa em 16 anos. Na China, o CSI 1000 desabou 11,39%. Na Europa, a situação não foi muito diferente. O Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias, fechou em queda de 4,58%, e o FTSE 100, de Londres, caiu 4,32%.

As Bolsas americanas também perderam. Às 16h50, o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, baixava 0,69%, o S&P 500 recuava 0,88% e o Dow Jones apresentava queda mais intensa, de 1,31%. “As quedas foram menores do que as observadas nos três pregões anteriores”, dia Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos. “Mas ainda não houve recuperação.”

Esboço de reação

No fim da manhã, os mercados esboçaram uma reação positiva, quando surgiram rumores de que Trump estaria considerando postergar por 90 dias o início da vigência das sobretaxas. A Casa Branca, contudo, negou a informação.

Na sequência, deu-se o contrário: o presidente dos EUA dobrou a aposta e disse que poderia elevar para 50% as tarifas contra a China (o valor inicial era de 34%), caso o país asiático confirmasse as represálias anunciadas na sexta-feira (4/4). Na ocasião, o governo chinês afirmou que também iria impor taxas de 34% contra os produtos americanos.

Cenário incerto

“Esse movimento reforçou a percepção de que o cenário permanece incerto, dependendo de um possível avanço nas negociações ou de uma mudança na postura dos EUA”, diz Alexsandro Nishimura, diretor da Nomos.

“Essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. “Isso afetou particularmente as moedas de países emergentes — especialmente o real, que encerrou a quarta sessão consecutiva em de alta em patamares acima de R$5,90.

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