Deputados sabatinam, por 4h, presidente do BRB sobre compra do Master

O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, passou por uma sabatina de quatro horas feita por 17 dos 24 deputados distritais, nesta segunda-feira (7/4), sobre a operação de compra do Banco Master, de R$ 2 bilhões.

A reunião foi exaustiva e, no ápice, 17 deputados estavam presentes. Algumas parlamentares deixaram a sessão antes do término. O Metrópoles conversou com sete deputados, ao final da sabatina.

Os distritais tinham uma lista de perguntas, que incluíam motivação da compra, origem do recurso para a operação e possíveis riscos ao Distrito Federal na transação, já que o BRB é um banco público. Paulo Henrique Costa disse aos deputados que a operação não foi divulgada antes em razão do sigilo necessário nesse tipo de transação, por envolver instituição com ações na Bolsa de Valores.

O presidente do BRB afirmou aos deputados que o dinheiro que será utilizado pelo banco para comprar o Master não é do contribuinte, mas capital do BRB, oriundo de investimentos, segundo parlamentares presentes. Questionado sobre boatos de que o BTG Pactual ofertou R$ 1 para assumir o Master, Paulo Henrique Costa disse que essa informação foi negada pela própria instituição.

Alguns deputados, tanto da base quanto da oposição, ainda têm dúvida sobre a necessidade ou não de a operação passar pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O presidente, Wellington Luiz (MDB), afirmou que a Procuradoria da CLDF analisa esse quesito. “Se a operação estiver no plano de negócios do BRB, não há necessidade. Estamos aguardando”, pontuou.

O deputado Gabriel Magno (PT) disse que algumas questões ainda ficaram abertas, especialmente em relação aos detalhes da operação, como a quantidade de “ativos podres” do Master que ficarão de fora da compra pelo BRB.

“Ele falou que hoje faz uma conta que R$ 23 bilhões dos ativos podres, os ruins, podem ficar fora, mas pode ser mais porque depende da consultoria. A gente foi questionando da própria vantagem e tamanho total da operação e ele respondeu que os dados finais e objetivos vão depender desse estudo. Tem números mais genéricos e gerais, que são públicos. Quando a gente foi tentar entender o detalhamento, o que fica de fora e entra, ele afirmou que depende do estudo. Foi reunião importante, mas é inconclusiva”, relatou Gabriel Magno.

Questionamentos

O presidente do BRB se colocou à disposição dos parlamentares para responder outras eventuais dúvidas dos parlamentares por meio de documento ou pessoalmente, em uma futura reunião ou audiência pública, segundo o deputado Eduardo Pedrosa (União).

A transação de compra do Master começou em de janeiro de 2025, segundo informou o presidente aos distritais. Desde agosto, porém, o BRB comprou empréstimos consignados do Master com taxas superiores às praticadas pelo banco do DF.

“A negociação começou e tramitou muito rápido dentro do banco, mesmo com auditoria em curso ainda. Queremos mais informação sobre isso. Também estamos questionando a opção de negócio: por que, já que está comprando 58,6% do banco, vai ficar com menos de 50% das ações ordinárias, que tira do BRB o controle?”, ponderou Fábio Félix (PSol).

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