O grupo criminoso de agiotas que “caçava” clientes devedores por meio de anúncios em aplicativos de mensagens e oferecia valores para quem fornecesse informações sobre o paradeiro de determinadas pessoas se disfarçava com papelão para roubar bancos sem ter a identidade revelada.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) informou que a organização criminosa passou a ser investigada em 2023, após ser descoberta dpois de assaltar uma agência bancária em Porto Alegre (RS). Câmeras de segurança do local registraram o crime em vídeo e mostram os assaltantes usando papelão para não terem os rostos capturados pelas câmeras.
No roubo, que ocorreu em janeiro daquele ano, os criminosos levaram R$ 556.479,52. As investigações apontam que os agiotas usavam o dinheiro roubado para conceder os empréstimos e, posteriormente, caçavam e torturavam aqueles que não conseguiam quitar a dívida.

Alvo de operação
A organização criminosa, composta por mais de 40 pessoas foi alvo da Operação Sísifo nessa quinta-feira (10/4). Segundo a polícia, o grupo publicava anúncios em aplicativos de mensagens oferencendo valores para quem fornecesse informações sobre o paradeiro de determinadas pessoas.
Após localizar os devedores, o grupo iniciava as agressões psicológicas e físicas. A tortura era filmada do início ao fim para coagir outros devedores, caso estivessem inadimplentes com o grupo criminoso.
Conforme apontam as investigações, os criminosos movimentaram, por meio de diversas contas bancárias, mais de R$ 40 milhões nos últimos anos. Os valores ilícitos, retornaram a economia formal, por outras contas bancárias. Os criminosos também adquiriram bens em nomes de terceiro e ocultaram patrimônio por meio de atos públicos.
O grupo criminoso utilizava uma empresa produtora de eventos para a lavagem de capitais. Segundo o delegado João Paulo de Abreu, os investigados usavam o crime de agiotagem para alavancar os ganhos de suas atividades criminosas, retroalimentando a economia do crime com recursos ilícitos.
A polícia prendeu 15 investigados e apreendeu diversos veículos, quatro embarcações e mais de R$ 170 mil em espécie, além de eletrônicos e 10 imóveis. “Nossa operação foi complexa e muito importante para desbaratar a organização criminosa”, afirmou o delegado.