China: tarifaço causará “grave prejuízo aos países em desenvolvimento”

Em mais um capítulo da guerra comercial declarada entre Estados Unidos e China, o governo de Pequim afirmou neste sábado (12/4) que o pacote de tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump causará “graves prejuízos”, especialmente aos países em desenvolvimento.

Em manifestação contra os EUA encaminhada à Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, falou até na possibilidade de uma “crise humanitária” de consequências imprevisíveis.

“[As tarifas] Causarão graves prejuízos aos países em desenvolvimento, especialmente os menos desenvolvidos, e podem até desencadear uma crise humanitária”, afirmou Wentao.

“Os EUA continuam introduzindo medidas tarifárias, gerando grande incerteza e instabilidade ao redor do mundo e causando caos tanto internacionalmente quanto dentro de seu próprio país”, completou o representante do alto escalão do regime chinês, em conversa, por telefone, com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.

A escalada da guerra comercial

Na última sexta-feira (11/4), em retaliação às tarifas que somam 145% impostas por Trump, a China aumentou suas taxas sobre produtos norte-americanos para 125%.

Este é o mais novo capítulo da disputa comercial entre Pequim e Washington, poucas horas depois de o presidente chinês, Xi Jinping, afirmar que “não há vencedores em uma guerra tarifária”.

Xi fez os comentários durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, na qual convidou a União Europeia (UE) a trabalhar com a China para resistir à “intimidação” dos EUA, parte de uma aparente campanha chinesa para fortalecer outros parceiros comerciais.

Também na sexta, Pequim afirmou que vai ignorar eventuais novos aumentos de tarifas por parte dos norte-americanos. “Neste nível, os produtos americanos exportados para a China não têm mais nenhuma chance de ser aceitos no mercado”, disse o governo chinês.

Em 2024, as exportações da China para os EUA superaram a marca de US$ 500 bilhões, o que correspondeu a 16,4% do total exportado pelo país asiático, de acordo com dados dos serviços alfandegários de Pequim.

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