Escritores que ajudaram a construir Belém

Século XVII

Cristóbal de Acuña: Era jesuíta, portanto, pertencia à ordem dos construtores do primeiro conjunto arquitetônico monumental religioso de Belém, o do Santo Alexandre. Escreveu “Novo descobrimento do grande rio das Amazonas”, impresso em Madri em 1641.

Antônio Vieira: Jesuíta célebre, peça-chave da obtenção de recursos para as construções de sua ordem no Pará. Foi autor de famosos textos, escritos a partir de sua vivência na nossa região. Entre os quais os “Sermões da Primeira Dominga da Quaresma, dos Milagres do Peixe, e da Epifania”. E ainda “Resposta aos Capítulos”.

João Felipe Bettendorf: Frade superior dos jesuítas no período do início das grandes edificações deles, em Belém. Em 1698, escreveu “Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão”

Século XVIII

Antônio José Landi: Membro da Comissão de Demarcações de Limites enviada a Belém em 1753, pela metrópole portuguesa, durante o governo do Marquês de Pombal. Se tornou o mais importante construtor de Belém. Escreveu “Extrato de Viagem ao Rio Marie em setembro de 1755”.  Escreveu também sobre a história da fundação e da reedificação da capela de Santana de Barcelos. E sobre a fauna e a flora da Amazônia.Os dois primeiros textos foram incluídos no livro do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, “Viagem Filosófica ao Rio Negro”.

João Henrique Wilckens: Engenheiro-militar membro, como Landi, da Comissão de Demarcações de Limites. Escreveu “O diário de viagem ao Japurá”, em 1781; o primeiro poema épico de Amazônia, “O Muhraída”. Além de cerca de 600 cartas, consideradas hoje como o melhor retrato do dia a dia da região, na época.

Século XIX

Antônio Ladislau Monteiro Baena: Escreveu duas obras que se tornaram fontes bibliográficas indispensáveis a quem pesquise o passado da Amazônia: “Compêndio das Eras do Pará”, e “Ensaio Corográfico sobre a Província do Pará”. Ambas publicadas em 1838. Também era engenheiro-militar

Guilherme Francisco da Cruz:Engenheiro civil, quando estudante recebeu bolsa do governo do Pará, para estudar na Europa. Depois se tornou engenheiro da Repartição de Obras Públicas. Escreveu “Negócios do Pará”, publicado em 1875.

João Coelho da Gama e Abreu: Brilhante diretor da Repartição de Obras Públicas, tornou-se responsável pela construção do Palácio Antônio Lemos. E escreveu “Estudo Corográfico do Pará”, e, “As regiões amazônicas”, publicado em 1895.

Século XX

Ignácio Batista de Moura: Formado engenheiro na Politécnica do Rio de Janeiro, foi um dos fundadores da Academia Paraense de Letras. Escreveu “Vultos e descobrimentos do Brasil e da Amazônia”, em 1900, e, “De Belém a São João do Araguaia-Vale dos Tocantins”, em 1910. Com o jornalista Paulo Eleutério Senior, um dos grandes responsáveis pela fundação da Escola de Engenharia do Pará, em 1931, escreveu “A Amazônia do Futuro”, em 1826.

Henrique Santa Rosa: Diretor da Secretaria de Obras Públicas do Pará em não menos que oito governos estaduais, e, sem dúvida, o mais importante engenheiro da História da Engenharia do Pará. Escreveu “História do Pará”, em 1922; “Belém e sua topografia”, em 1924; “A História do Rio Amazonas”, em 1926.

João Palma Muniz: Engenheiro civil, contemporâneo de Santa Rosa, na Secretaria Estadual de Obras Públicas, escreveu 34 volumes sobre os limites das terras dos municípios do Pará. E ainda “A História da Instrução Pública do Pará”, em 1922; “Greenfell na História do Pará”, “Adesão do Pará à Independência”, em 1922.

Augusto Meira Filho: Formado numa das primeiras turmas da Escola de Engenharia do Pará, escreveu “Bi-secular Palácio de Landi”, “Landi, esse desconhecido naturalista”, “Evolução Histórica de Belém do Pará”, “Nova Contribuição ao Estudo de Landi”.

José Maria de Azevedo Barbosa: Presidente do Centro Acadêmico da Escola de Engenharia Pará, nos anos de 1950, depois de formados tornou-se também membro da Academia Paraense de Letras. Produziu diversos estudos históricos, entre os quais, “A polêmica de De Angelis com o Governo da Província”, “A Província do Grão-Pará no século XIX”, “O Clube de Engenharia do Pará – suas origens”.

Alcyr Bóris de Souza Meira: Formou-se pela Escola de Engenharia do Pará, depois se formou também pela Escola de Arquitetura do Pará. Construiu o maior estádio de futebol do Pará, o conhecido “Mangueirão”, e, chefiou a comissão encarregada de construir o campus da Universidade Federal do Pará. Premiado como arquiteto e ainda como pintor, é membro da Academia Paraense de Letras. Escreveu “Memórias de um boto”, “Dois destinos” e “Ecos do passado”.

Feliciano Seixas: Arquiteto autor do projeto do Edifício Manoel Pinto da Silva. Foi membro da Academia Paraense de Letras. E escreveu “Um brasileiro na Europa”.

*Oswaldo Coimbra é escritor e jornalista

Translation (tradução)

Writers Who Helped Build Belém

17th Century

Cristóbal de Acuña – A Jesuit priest, he belonged to the order responsible for building Belém’s first monumental religious architectural complex: Santo Alexandre. He wrote “New Discovery of the Great Amazon River”, published in Madrid in 1641.

Antônio Vieira – A famous Jesuit and a key figure in securing resources for the constructions carried out by his order in Pará. He authored well-known texts based on his experience in the region, such as “Sermons for the First Sunday of Lent”, “The Miracles of the Fish”, “Epiphany Sermon”, and “Response to the Chapters”.

João Felipe Bettendorf – The superior friar of the Jesuits during the early period of their large construction projects in Belém. In 1698, he wrote “Chronicle of the Fathers of the Society of Jesus in the State of Maranhão”.

18th Century

Antônio José Landi – A member of the Portuguese Crown’s Border Demarcation Commission, sent to Belém in 1753 during the government of the Marquis of Pombal. He became Belém’s most important builder. He wrote “Extract of the Journey to the Marie River in September 1755”. He also wrote about the history of the foundation and reconstruction of the Chapel of Santana de Barcelos, as well as about Amazonian fauna and flora. His first two texts were included in the naturalist Alexandre Rodrigues Ferreira’s book “Philosophical Journey to the Rio Negro”.

João Henrique Wilckens – A military engineer and, like Landi, a member of the Border Demarcation Commission. He wrote “Travel Diary to the Japurá” in 1781, the first epic poem of the Amazon, “The Muhraída”, and about 600 letters, now considered the best portrait of daily life in the region at the time.

19th Century

Antônio Ladislau Monteiro Baena – He wrote two works that became essential bibliographical sources for researchers of the Amazon’s past: “Compendium of the Eras of Pará” and “Chorographic Essay on the Province of Pará”, both published in 1838. He was also a military engineer.

Guilherme Francisco da Cruz – A civil engineer, who, as a student, received a scholarship from the Pará government to study in Europe. He later became an engineer for the Department of Public Works. He wrote “Affairs of Pará”, published in 1875.

João Coelho da Gama e Abreu – A brilliant director of the Department of Public Works, he was responsible for building the Antônio Lemos Palace. He wrote “Chorographic Study of Pará” and “The Amazonian Regions”, published in 1895.

20th Century

Ignácio Batista de Moura – A graduate in engineering from the Polytechnic School of Rio de Janeiro, he was one of the founders of the Pará Academy of Letters. He wrote “Figures and Discoveries of Brazil and the Amazon” in 1900, and “From Belém to São João do Araguaia – Tocantins Valley” in 1910. Alongside journalist Paulo Eleutério Senior, he was a key figure in founding the Pará School of Engineering in 1931. Together they wrote “The Amazon of the Future” in 1926.

Henrique Santa Rosa – Director of the Public Works Department of Pará during no fewer than eight state governments, and undoubtedly the most important engineer in the history of Pará’s engineering. He wrote “History of Pará” in 1922, “Belém and Its Topography” in 1924, and “The History of the Amazon River” in 1926.

João Palma Muniz – A civil engineer and contemporary of Santa Rosa in the State Department of Public Works. He wrote 34 volumes on the land boundaries of Pará’s municipalities, as well as “The History of Public Education in Pará” in 1922, “Greenfell in the History of Pará”, and “Pará’s Accession to Independence” in 1922.

Augusto Meira Filho – A graduate of one of the first classes of the Pará School of Engineering, he wrote “The Bicentennial Landi Palace”, “Landi, This Unknown Naturalist”, “Historical Evolution of Belém of Pará”, and “New Contribution to the Study of Landi”.

José Maria de Azevedo Barbosa – President of the Student Union of the Pará School of Engineering in the 1950s. After graduating, he also became a member of the Pará Academy of Letters. He produced several historical studies, including “The Controversy of De Angelis with the Provincial Government”, “The Province of Grão-Pará in the 19th Century”, and “The Pará Engineering Club – Its Origins”.

Alcyr Bóris de Souza Meira – A graduate of the Pará School of Engineering and later of the Pará School of Architecture. He built the largest football stadium in Pará, the famous “Mangueirão”, and led the commission responsible for building the campus of the Federal University of Pará. Awarded as both architect and painter, he is a member of the Pará Academy of Letters. He wrote “Memories of a Boto”, “Two Destinies”, and “Echoes from the Past”.

Feliciano Seixas – The architect behind the project of the Manoel Pinto da Silva Building. He was a member of the Pará Academy of Letters and wrote “A Brazilian in Europe”.

*Oswaldo Coimbra is writer and journalist

(Illustration: Gama e Abreu, responsible for the construction of the Antônio Lemos Palace, was the author of two books.)

The post Escritores que ajudaram a construir Belém appeared first on Ver-o-Fato.