Líder de facção e serial killer, Red Nose é suspeito simular morte

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga uma suposta tentativa de fraude documental envolvendo Maicon Donizete Pires dos Santos (foto em destaque), 33 anos, conhecido como Red Nose, apontado como um dos líderes de facção criminosa mais temidos da Região Metropolitana de Porto Alegre. Preso atualmente na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), ele é investigado por tentar simular a própria morte com o objetivo de se livrar de processos criminais e extinguir sua punibilidade.

A denúncia veio à tona durante a Operação Dupla Face, deflagrada nesta segunda-feira (14/4). Policiais civis cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Alvorada e Arroio dos Ratos, onde coletaram provas sobre a tentativa de forjar um óbito hospitalar em nome do criminoso.

Segundo a Polícia Civil, o plano foi descoberto em abril de 2023, quando Red Nose ainda estava custodiado no Complexo Prisional de Canoas. Uma ficha de investigação de óbito hospitalar falsa, em nome de Maicon, foi localizada com o diagnóstico de “falência múltipla de órgãos” como causa da morte, supostamente ocorrida em um hospital de Porto Alegre.

O documento falsificado trazia carimbo da Secretaria Municipal de Saúde e a assinatura de uma médica de São Leopoldo, que afirma jamais ter assinado tal declaração. O material foi encontrado na casa de uma auxiliar de enfermagem investigada por aplicar golpes em familiares de pacientes hospitalizados. A profissional já responde por estelionato e é suspeita de vender atestados médicos, requisições e documentos falsos.

A polícia agora investiga como a auxiliar teve acesso a formulários e carimbos oficiais, e se o detento articulou diretamente a falsificação. Red Nose será ouvido nos próximos dias.

Golpe hospitalar 

A investigação começou em agosto de 2024, após uma mulher denunciar que a auxiliar de enfermagem teria acessado os dados bancários de sua mãe, internada em um hospital de Canoas, e realizado transações indevidas de até R$ 60 mil.

Durante buscas na residência da investigada, os policiais encontraram receituários em branco, carimbos médicos, fichas hospitalares e documentos de instituições da Região Metropolitana, indicando um esquema estruturado de falsificação.

Red Nose

Red Nose foi preso em fevereiro de 2024, em Santa Catarina, após mais de seis meses foragido. Ele é apontado como o principal responsável por uma onda de assassinatos ligados ao tráfico de drogas em bairros como Mário Quintana, Costa e Silva e Timbaúva, na zona norte de Porto Alegre.

Originalmente ligado a esquemas de lavagem de dinheiro, Red assumiu a liderança da facção após a transferência de José Dalvani Nunes Rodrigues (Minhoca) para uma penitenciária federal. Com isso, fundou um novo grupo criminoso e passou a cooptar integrantes no RS, SC e PR.

Maicon responde por 12 homicídios, além de acusações de tráfico de drogas, formação de organização criminosa e falsidade ideológica.

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