Da Microsoft ao BEC: conheça o CEO do Blumenau e os planos para o clube

Blumenau Esporte Clube

À frente da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Blumenau Esporte Clube (BEC), o CEO Daniel Carboni representa dois mundos que vêm se conectando: o futebol e a tecnologia. Em entrevista exclusiva, o executivo detalhou sua trajetória e os planos para transformar o BEC em um clube competitivo e sustentável.

Nascido no Paraná, Carboni chegou a jogar nas categorias de base do Coritiba, mas uma lesão aos 17 anos encerrou a chance de se tornar jogador de futebol profissional. Porém, desde criança ele era interessado por tecnologia e programação, e começou a trabalhar nessa área.

Formado em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná, Carboni construiu uma carreira sólida no setor de tecnologia, com passagens por gigantes como Microsoft, McAfee e Rocket.Chat — onde ajudou a iniciar a operação europeia. Também atuou em projetos de análise de dados para grandes empresas, como Bradesco, Ministério da Fazenda e Nokia. Em 2022, deu início à trajetória no futebol, obtendo certificação de Executivo de Futebol pela Footure, com foco em análise de desempenho e uso de tecnologias para aprimorar processos esportivos. Antes de assumir o desafio no BEC, atuava como Head de Operações da ProMetrics.Club, empresa de inteligência de dados no futebol, que é uma das acionistas da SAF do clube.

A ProMetrics.Club já realizou trabalhos para alguns clubes das Séries A e B do futebol brasileiro, como o Brusque, do meio para o fim de 2024, e conta com uma base de dados com mais de quatro mil atletas cadastrados. Esse banco reúne diversas informações dos jogadores, como vídeos, estatísticas, desempenho e muito mais.

Já a Unity Pitch, que também é acionista da SAF, é um grupo de investimentos voltado para o futebol, formado por investidores ingleses. O fundo foi fundado em 2024 com o propósito de constituir uma Multi-Club Ownership (MCO), modelo de gestão em que uma única entidade detém participação acionária em mais de um clube. O BEC é o primeiro dos três clubes que farão parte da Unity Pitch neste primeiro momento. O grupo ainda contará com um clube nos Estados Unidos e outro na Escandinávia, região da Europa que abrange Dinamarca, Suécia e Noruega.

Como os acionistas chegaram ao Blumenau

A chegada ao BEC em 2025 foi estratégica. Carboni e seu grupo buscaram um clube com potencial de crescimento, em uma cidade com economia forte e identidade regional.

“Blumenau e o Vale Europeu têm uma conexão única. Aqui, as cidades se veem como parte de um todo. E isso foi muito importante para a gente, porque há um potencial esportivo muito grande nessa região que ainda não é explorado — e a gente acreditou nisso. Quando vi os números de IDH, segurança, poder aquisitivo médio, PIB, salário médio… não é segredo: nos encanta o fato de ninguém ter olhado pra cá antes”, analisou.

Blumenau Esporte Clube
Richard Ferrari/Blumenau Esporte Clube

O investimento mínimo previsto pela SAF no clube é de R$ 25 milhões ao longo de 10 anos. Somente nestes primeiros meses, com obras no Complexo Esportivo do Sesi e no Centro de Treinamento (CT) provisório que está sendo construído no Parque Prefeito Carlos Curt Zadrozny, no bairro Garcia, os investidores já gastaram mais de R$ 1 milhão.

Na montagem do CT, a ideia inicial era gastar entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. Porém, os custos foram elevados, e a reforma do campo e do local onde funcionarão academia, recepção, auditório, vestiários, cozinha etc. chegou a R$ 600 mil. As obras devem terminar nos próximos dias, pois a pré-temporada do elenco começa no dia 22 de abril.

Daniel Carboni ressalta que os treinamentos do BEC não afetarão os moradores que frequentam o parque. “O campo antes era usado como estacionamento. Estamos reformando 1/3, cerca de 880 m², no andar de baixo de uma casa que era utilizada para eventos.” O campo será cercado para evitar acidentes, como uma bola atingir alguém após um chute. Além disso, todas as melhorias feitas pelo Blumenau permanecerão no local quando o clube sair.

Já nas reformas do Complexo Esportivo do Sesi, até o momento o clube também gastou cerca de R$ 600 mil. A estimativa inicial era de R$ 450 mil, porém a troca de um transformador elevou os custos. O estádio do Sesi deve ficar pronto até o fim do mês de maio. A Série B do Catarinense terá início no dia 31 de maio ou 1º de junho.

CT de “padrão europeu”

Uma das ideias da SAF do Tricolor blumenauense é construir um CT de padrão europeu, com quatro campos de futebol. O local atenderia o elenco profissional e fomentaria as categorias de base do clube. Porém, até o momento, o BEC não possui um terreno definido para essa construção. Conforme Daniel Carboni, a diretoria está mapeando e estudando áreas em Blumenau e região.

“Temos duas ou três opções dentro de Blumenau, e agora estamos realizando um estudo de viabilidade para ver se essas áreas realmente comportam todo o projeto. Um centro de treinamento é a base, é o pilar de tudo, principalmente para a formação das categorias de base. Precisamos de um alojamento adequado e também buscar o selo de formação da CBF, o que garante uma proteção maior ao clube em relação aos talentos que serão revelados aqui. O projeto do CT é uma das nossas prioridades, e o estudo de viabilidade já está em andamento em Blumenau”, afirmou Carboni.

Elenco do Blumenau Esporte Clube

Segundo Carboni, o elenco do BEC já está 90% fechado. O clube deverá contar com 28 atletas. Até o momento, 15 jogadores foram anunciados pelo BEC. São eles: o goleiro Glédson; os laterais Sanderson e Luis Fernando; os zagueiros Marcão e Danilo Alemão; os volantes Jorge Vinícius, Emanuel Jesus e Matheus Santana; os meias Diego Jardel e Felipe Muranga; e os atacantes Patrick Fabiano, Josué, Foquinha, Vinícius Jaú e Paul Henry.

Blumenau Esporte Clube
Richard Ferrari/Blumenau Esporte Clube

Na entrevista, o CEO comentou que cerca de 600 “potenciais atletas” foram mapeados para compor o grupo. “Dos 600, virou 200 depois do filtro mais financeiro. Dos 200, viraram 66 [seis por cada posição].” Depois das negociações, chegou-se à formação do elenco, com o apoio do treinador Leandro Mehlich.

Ele já comandou as bases de Corinthians e Santos. Além disso, treinou o Osasco Audax, Red Bull Brasil, Ska Brasil-SP, Capital-TO e Rio Branco-SP. No último trabalho, foram 20 jogos, com seis vitórias, sete empates e sete derrotas. Carboni destaca que Leandro tem um estilo de jogo que lhe agrada: de propor o jogo. Na coletiva de apresentação, o treinador ressaltou que gosta de jogar um “futebol ofensivo, atrativo”.

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Leandro Mehlich. Foto: Richard Ferrari/Blumenau Esporte Clube

Meta do clube para os próximos anos

O dirigente espera que, nos próximos sete anos, o BEC esteja disputando uma Série B ou Série C. “Se estivermos numa Série B, ou bem na Série C em seis, sete anos, está ótimo. Temos que ascender para as divisões nacionais o mais rápido possível. Primeiro classificar para a Série D e ter participações boas para buscar o acesso o mais rápido possível. Vai subir com estrutura, com calma, enxuto e desenvolvendo jogadores.”

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