Cansado do storytelling? A tendência da vez é o “storydoing”

Todo mundo gosta de ouvir uma boa história, mas sabe o que é ainda mais interessante? Viver uma boa história, e essa é a premissa do storydoing. Apesar do conceito ter se popularizado há uns bons anos, na prática, ele ainda está evoluindo em movimentos lentos.

O termo foi criado por Ty Montague, escritor e produtor de conteúdo, e representa uma evolução do storytelling, materializando um conceito em algo real. Sabe aquele clássico “uma ação vale mais que mil palavras”?

Então, é disso que estamos falando. Todas as marcas querem falar ao mesmo tempo e se conectar com o público, no entanto, num mundo tão cheio de informações e movimentações ocorrendo ao mesmo tempo, reter a atenção dessas pessoas é um desafio gigante.

O live marketing, responsável pela criação das experiências de marca, teve um investimento de mais de R$ 100 bilhões, segundo o Anuário Brasileiro de Live Marketing 2024-2025, dado que demonstra a proposta de valor gerada em vivências aqui e agora.

Só que o setor se viu forçado a evoluir num contexto pós-pandêmico, em que todas as pessoas, sobretudo os mais jovens, estão completamente imersos no ambiente digital e com o limiar de atenção reduzido.

Nesse sentido, atrair o olhar e manter a concentração se torna mais simples se colocamos a pessoa no centro da história. Pense numa ativação que, ao invés de colocar o público como espectador passivo, o posiciona como protagonista da história, isso é, ele se torna responsável por agir, construir e fazer a narrativa acontecer.

Quem não é conquistado assim? Pense, por exemplo, que os smartphones colocam o usuário como o centro da experiência. Todos os algoritmos trabalham em favor daquilo que a pessoa mais gosta de consumir, portanto, o conteúdo é direcionado, fazendo com que todos sintam prazer em acompanhar.

Além disso, o ambiente digital é veloz, as pessoas não têm mais paciência para assistir a vídeos longos e fazem diversas atividades ao mesmo tempo.

Não à toa que muitos criadores de conteúdo do TikTok fazem vídeos com “sludge content”, o ato de dividir a tela em dois, em que um lado tem o conteúdo principal, que deve ser absorvido, e do outro um conteúdo aleatório, que atrai o olhar do espectador para acompanhar visualmente, como um jogo repetitivo ou areias coloridas sendo modeladas.

Pesquisas mostram que esse tipo de conteúdo satisfaz o desejo por dopamina.

O nosso cérebro tem se adaptado ao multitasking e essa tendência parece se intensificar nas próximas gerações. Dessa forma, é necessário estar atento ao comportamento do consumidor atual para que as experiências façam sentido e estejam atreladas às necessidades e hábitos.

Estamos expostos a marcas o tempo todo – nas redes sociais, na televisão, nas ruas. Com tanta informação circulando, é natural que nossa mente tenha dificuldade em assimilar tudo simultaneamente.

Assim, o storydoing é a forma de driblar e se destacar nesse cenário, só que ele precisa ser direcionado e personalizado para atingir públicos específicos.

Vai ser gradativamente mais difícil um consenso entre as características e aspectos sobre o que mais retém a atenção do consumidor, tudo depende do repertório prévio de cada pessoa e respectivos grupos sociais.

Digo e repito, conheça o seu público, seus hábitos e seus desejos.

E este ano, o storydoing deve ir além, com novas marcas aderindo e novos formatos para conectar e mexer com os sentidos do espectador. Sabe aquela sensação de arrepiar? Certamente teremos mais momentos eletrizantes e que fazem os olhos brilharem.

Podemos esperar a inteligência artificial ajudando a acelerar a produtividade no live marketing e o ESG continua muito forte, algumas empresas aderiram e já se tornaram peritas no assunto, outras ainda começarão a incentivar a prática internamente.

Dê uma chance ao storydoing e posicione as pessoas no centro de suas ações.

Paulo Farnese é sócio-fundador e CEO da EAÍ?! Content Experience.

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