Mercado repercute bem a indicação de Galípolo para o Banco Central

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28), o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o atual diretor de política monetária do Banco Central para presidir a autarquia. “O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal o indicado dele para a Presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo”, declarou Haddad.

Como de praxe, o processo de oficialização do nome de Galípolo será feito através de uma sabatina no Senado. O presidente da casa, Rodrigo Pacheco, já havia declarado anteriormente que não será difícil agendar a reunião que vai avalizar o nome sugerido pelo governo. “Agora começaremos a trabalhar os 3 nomes para diretoria do BC até o fim do ano”, lembrou o ministro.

Reações do mercado a indicação de Galípolo

Mercado repercute bem a indicação de Galípolo para o Banco Central

O mercado financeiro reagiu positivamente a notícia, uma vez que o nome do atual diretor de Política Monetária do BC já era aguardado como sucessor de Campos Neto.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike avalia que Gabriel Galípolo, traz consigo uma vasta experiência no setor financeiro e acadêmico. “Como diretor de Política Monetária, ele demonstrou uma abordagem pragmática e técnica, o que pode significar uma continuidade na atual política de juros. No entanto, sua ligação estreita com o governo pode sugerir um alinhamento maior com as diretrizes econômicas do executivo. Isso poderia resultar em um Banco Central mais receptivo a políticas que busquem um equilíbrio entre controle da inflação e estímulo ao crescimento econômico. A sua gestão poderá influenciar a percepção de independência do BC e impactar a confiança dos mercados”, destacou.

Segundo análise de Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o mercado já esperava que Galípolo se dissocie das pressões políticas e continue a conduzir a política monetária com o mesmo desprendimento de Campos Neto, que subiu juros em ano eleitoral.

“Ironicamente Galípolo deve assumir no momento em que o desajuste fiscal do governo deve levar os juros à retomada de uma trajetória de alta, já que o consenso de mercado aponta para uma Selic de 12% ao final de 2025”, explicou o especialista. “Vai ser interessante ver o discurso do governo diante da alta da taxa de juros sob a presidência de um indicado pelo próprio governo após anos de ataques pessoais ao presidente anterior”, finalizou Castro.

Em suma o sócio da Matriz Capital explica ainda que a indicação oficial de Galípolo à presidência do BC ainda não mexeu com a bolsa na medida em que o mercado já precificava esse fato. Entretanto, o que pode mexer com o mercado são as declarações que serão dadas por ele daqui até sua posse.

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