BC faz leilão de US$ 1,5 bilhão e vende tudo: qual o objetivo da medida?

Nesta sexta-feira (30), o investidores voltam suas atenções para o mercado à vista de câmbio, após o Banco Central ter anunciado na véspera que realizará um leilão de até 1,5 bilhão de dólares das 9h30 às 9h35. Em comunicado, o BC informou que o leilão será referenciado na taxa Ptax e o resultado será divulgado por meio de comunicado. Em suma, o BC conseguiu vender os US$ 1,5 bilhão em leilão spot (à vista) com taxa de corte de 0,000170.

“O Departamento das Reservas Internacionais (DEPIN), do Banco Central do Brasil, comunica que o diferencial de corte do leilão 01/2024 (Comunicado 42.054) foi de 0,000170. Foi aceita uma proposta no valor total de USD 1.500.000.000,00”, declarou o BC em nota após o leilão.

O assunto continua sendo uma pauta de destaque para o mercado financeiro. Esta é a segunda intervenção da autarquia no câmbio, com oferta de recursos “novos”, desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência.

Miguel Daude, analista de economia e política comentou com a BM&C News que acredita ser estranho essa intervenção. Segundo sua avaliação, ele declara que o Banco Central sabia que alguma empresa poderia ficar para trás e aí fez esse leilão. Nesse sentido, ele até chegou a especular que o Banco Central está fazendo um leilão atípico no dia de vencimento do contrato. Contrato, o que é bastante estranho e também no dia de formação de petaxe, que também é muito estranho e atípico.

BC faz leilão de US$ 1,5 bi: qual o objetivo da medida?

Segundo análise de Étore Sanchez, economista chefe da Ativa Investimentos, a ação do BC pode ter sido motivada por um entendimento da autarquia de que a alta de BRL era desfuncional. A ação deve deixar alguns players que entraram no fim do rally machucados e deve fechar o juro consigo.

Com relação a política monetária, mais uma vez o BC deixa claro que não há associação mecânica entre os ativos, ao passo que se tiver que subir o juro fará com o câmbio jogando dentro do esquadro. Em outras palavras, me parece que a autoridade monetária não vai aceitar que operem o câmbio para chancelar eventual alta de juros”, diz Sanchez. “Resta saber como o mercado irá reagir. Tenho dúvidas se com a indústria tão machucada desse jeito, alguém vai querer defender uma posição frágil”, finaliza.

Sérgio Machado, Gestor da MAG também avaliou o cenário e explicou que aparentemente estava faltando cobertura. “Estava faltando moeda, porque teve uma pressão de saída de moeda nesses dias para trás. Além disso, tem o MSI, mas uma parte dessa pressão já estava acontecendo”. Ninguém vai esperar “, explica o especialista.

De acordo com avaliação de Roberto Dumas, professor do Insper, essa intervenção do BC no câmbio faz sentido. “O risco não piorou. Se ele não piorou, foi uma subida de pura especulação. Então faz sentido sim essa intervenção. O problema é que a intervenção do câmbio, que nem nós escrevemos, ela é esterilizada. Você vende dólar e tira reais. Se você tira reais a taxa de juros”, diz o especialista.

“A taxa de juros não pode subir porque eu tenho Selic então o governo automaticamente ele compra título público ele esteriliza essa intervenção hora que compra título público ele volta os reais para praça para que a taxa de juros não mude foi o que ele fez ontem foi só para dar um way out e acalmar o mercado mas de novo quando o risco piora isso não funciona quando não há mudança no risco fiscal ou no risco país isso funciona assim dar uma aliviada no mercado posto não estou falando que o risco é zero estou falando que o risco não mudou de uma eleição do Galípolo da sugestão do Galípolo para cá então faz sentido uma intervenção sim”, completa.

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