Ministra Marina: a Br-319 integra ou entrega? (Roberto Caminha Filho)

A construção da BR-319, a rodovia que conecta Manaus a Porto Velho, é um dos projetos de infraestrutura mais controversos e prolongados do Brasil. Ao longo das décadas, essa estrada tem sido objeto de uma infinidade de discussões, planos, promessas e muita vadiagem. No entanto, o que era para ser uma solução para a integração do Amazonas e Roraima, ao resto do país, se transformou em uma novela sem fim, com cenas dignas de uma comédia pastelão. E não é possível falar dessa comédia sem mencionar a figura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem desempenhado um papel de destaque nos episódios mais recentes dessa saga.

A Ministra Marina, conhecida por sua defesa intransigente da Amazônia, tem sido uma pedra no sapato dos que defendem a pavimentação da BR-319. Enquanto os moradores do Amazonas e de Roraima, clamam pela conclusão da estrada, que já tem grande parte de seu tráfego existente, mas ainda carece do tão esperado asfalto. A Ministra Marina parece estar mais preocupada com o bem-estar dos sapos, das araras, dos piuns e das borboletas do que com o desenvolvimento econômico e social da região.

O argumento central de Marina é o impacto ambiental que a pavimentação da BR-319 poderia causar. Segundo ela, a estrada poderia abrir as portas para o desmatamento descontrolado, invasões de terras e outros crimes ambientais. Ora, isso é o óbvio ululante! E as grandes secas? O Di Caprio já tem solução? Enfrentaremos mais uma daqui a vinte e cinco dias. Vamos trazer feijão e arroz de BOEING? O Curupira já disse alguma coisa para a Ministra Marina?

O curioso é que, enquanto a ministra se dedica a barrar a pavimentação da BR-319, outros projetos de infraestrutura no Brasil avançam a passos largos, mesmo com seus próprios impactos ambientais. É como se a rodovia fosse uma espécie de prostituta exclusiva, uma ameaça singular ao meio ambiente, enquanto outras obras são vistas por lentes mais violetas e cor de rosa.

A BR-319, se fosse uma rodovia entre o Paraná e São Paulo estaria sendo tratada do mesmo modo?

A ministra Marina, com seu jeito sereno e olhar distante, às vezes parece viver em um mundo paralelo, onde as necessidades dos habitantes do Amazonas e de Roraima são meros detalhes, tipo os gols para o Parreira. Ela parece alheia ao fato de que a pavimentação da estrada poderia reduzir significativamente o custo de vida na região, facilitar o acesso a serviços essenciais e integrar verdadeiramente o Amazonas e Roraima ao resto do meu Brasil brasileiro. E as trapalhadas não param por aí. A cada nova reunião, a cada nova proposta de estudo de impacto ambiental, a conclusão da BR-319 parece ficar mais distante. É como se a ministra estivesse envolvida em uma espécie de jogo de gato e rato, onde ela tenta a todo custo evitar que a estrada seja pavimentada, enquanto os defensores do projeto tentam, com a mesma determinação, avançar com as obras.

Minha querida Ministra Marina, mande verificar se há empresas ganhando para que nada aconteça com a pavimentação e, se  ela ganha, há décadas, uma babita para consertar a rebatida rodovia da Entregação? Consertar sem funcionários e máquinas.

No fim das contas, a novela da BR-319 continua sem um final feliz, e a ministra Marina segue desempenhando seu papel de antagonista, sempre pronta a interferir e colocar mais um obstáculo no caminho da pavimentação. Para os moradores do Amazonas e de Roraima, resta apenas a esperança de que, um dia, o bom senso prevaleça e que a BR-319 finalmente deixe de ser palco de trapalhadas e se transforme em uma realidade concreta. Afinal, o que eles mais querem é uma estrada que os conecte ao resto do Brasil, e não um eterno debate sobre o que poderia ou não ser feito. Ou seria melhor ligar-nos ao Madurito?

 

Roberto Caminha Filho, economista, passará fome em vinte dias e sede em trinta

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