Estados Unidos e China retomam discussões sobre armas nucleares após 5 anos

Após um hiato de cinco anos, Estados Unidos e China retomaram as discussões sobre armas nucleares, comprometendo-se a não utilizar essas armas mesmo em situações de conflito iminente. Em uma análise geopolítica detalhada, o professor de relações internacionais Marcus Vinicius ressaltou a importância dessas conversas diplomáticas e o papel crítico da China nesse cenário global.

Durante uma entrevista recente, Marcus Vinicius destacou que a China tem mantido uma política de nunca ser a primeira a utilizar armas nucleares, uma posição adotada há muito tempo. Em contraste, os Estados Unidos nunca assumiram tal compromisso. “A única nação que utilizou armas nucleares na história foram os Estados Unidos, e isso ainda traz consequências devastadoras que moldam a política nuclear atual,” observou Vinicius.

A geografia desempenha um papel significativo na estratégia nuclear de cada país. Enquanto os Estados Unidos estão protegidos pelos oceanos Pacífico e Atlântico, tornando um ataque direto mais difícil, a China enfrenta uma vizinhança complexa. “A China está cercada por quatro potências nucleares – Rússia, Índia, Paquistão e Coreia do Norte – além de enfrentar a ameaça potencial de aliados dos EUA, como a Coreia do Sul e o Japão,” explicou Vinicius.

A retomada das conversas sobre armas nucleares ganhou destaque especialmente após a invasão russa à Ucrânia, onde a possibilidade do uso de armas nucleares foi uma preocupação constante. Vinicius elogiou a postura da China em comunicar claramente ao presidente russo, Vladimir Putin, que a utilização de armas nucleares seria uma linha vermelha, limitando assim o apoio chinês à Rússia.

“A China tem desempenhado um papel crucial, garantindo que a Rússia não utilize seu vasto arsenal nuclear, que é maior até que o dos Estados Unidos. Apesar das ameaças frequentes de Putin, não vimos o uso de armas nucleares na Ucrânia, o que demonstra uma adesão ao princípio de não utilização dessas armas, influenciada pela posição firme da China,” acrescentou Vinicius.

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