Fuga de capital: Investidores estrangeiros retiram bilhões do Brasil em 2023

Em meio a um cenário de incertezas econômicas globais, o Brasil enfrenta uma significativa retirada de investimentos estrangeiros, com mais de 41 bilhões de reais sendo retirados apenas neste ano. André Machado, CEO do projeto “Os 10%”, conhecido como “Guru da Wall Street”, foi ao programa BM&C News ao vivo e deu uma entrevista, destacando a combinação de fatores internos e externos que têm desencorajado os investidores.

Segundo Machado, a preferência por investimentos mais seguros e rentáveis nos Estados Unidos tem sido um dos principais motivos para essa fuga de capital. “Os Estados Unidos, apesar das críticas, mantêm títulos considerados livres de risco. Atualmente, cerca de 86% das reservas do Banco Central do Brasil estão investidas em títulos americanos”, explica.

Além disso, a situação fiscal do Brasil, que corre o risco de ter sua nota de crédito rebaixada se a política fiscal continuar se deteriorando, é um grande ponto de preocupação. Machado enfatiza que a percepção de risco aumentada e a histórica instabilidade política e econômica do país têm desencorajado ainda mais os investimentos estrangeiros.

O cenário não é apenas uma questão de preferência por melhores rendimentos, mas também reflete uma estratégica realocação de capital global, onde os mercados emergentes estão perdendo espaço. “Há uma matemática simples entre as taxas de juros do Brasil e dos EUA que, combinada com a percepção de risco, torna os títulos brasileiros menos atrativos”, acrescenta o economista.

A discussão se estendeu também para as tensões geopolíticas globais, que podem influenciar o movimento do capital. A instabilidade em regiões como o Oriente Médio e decisões de política externa de grandes potências como China e Rússia têm o potencial de afetar significativamente os mercados mundiais.

Por fim, Machado e os apresentadores discutiram sobre as políticas do governo brasileiro, que têm enfrentado críticas pela maneira como estão administrando a economia em um momento tão delicado. O desafio fiscal, o gerenciamento da inflação e as decisões políticas que afetam diretamente o ambiente de investimentos foram apontados como cruciais para a retenção e atração de capital estrangeiro no futuro.

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