Economia dos EUA: O Que Esperar dos Próximos Movimentos do Fed

Nesta quinta-feira (27), o programa BM&C News recebeu o especialista em análise macro, Fabio Fares e ele debateu sobre a economia dos Estados Unidos e possíveis passos para o Fed seguir

Fares começou dizendo que a economia americana mostra sinais de desaceleração moderada. Ele destacou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA veio em linha com o esperado, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego permanecem acima dos 230 mil, indicando um leve aumento no desemprego. No entanto, o Federal Reserve (Fed) não está apressado em cortar juros, preferindo esperar uma degradação maior do cenário econômico.

Segundo o especialista, o Fed está confortável com a atual situação, já que a inflação está gradativamente cedendo e a atividade econômica ainda se mostra resiliente. A expectativa do mercado é de dois cortes de juros este ano, mas Fares acredita que essa antecipação é prematura. “O Fed não precisa fazer nada nesse momento. A economia ainda está saudável, e o desemprego não está em níveis que incomodem para uma desaceleração brusca”, explicou.

O especialista também comentou sobre a recente mudança nas posturas dos dirigentes do Fed, que agora apresentam sinais mistos. “Antes, havia um alinhamento claro nas falas dos dirigentes. Agora, vemos alguns sugerindo cortes, enquanto outros preferem esperar. No entanto, todos compartilham a visão de que é preciso monitorar os dados de perto”, afirmou Fares.

A análise de Fares também abordou o impacto da desaceleração econômica nos setores de varejo e tecnologia. Enquanto empresas de varejo como H&M e Walgreens apresentam resultados ruins, o setor de tecnologia, liderado por gigantes como Microsoft, Apple e Nvidia, mantém os índices de mercado elevados. “O mercado está dividido, mas a força da tecnologia está sustentando os índices. No entanto, precisamos ficar atentos aos possíveis solavancos que podem ocorrer”, alertou Fares.

Por fim, Fabio Fares comentou sobre a importância do debate político nos EUA, que pode influenciar significativamente as perspectivas econômicas, especialmente no que diz respeito às políticas fiscais. “A dívida fiscal é uma preocupação crescente, e com os juros elevados, o custo desse problema só aumenta. Será crucial observar as propostas dos candidatos e a capacidade do presidente Biden de debater e apresentar soluções claras”, concluiu.

Acompanhe a íntegra da entrevista:

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