Inflação e Política Econômica: Brasil x EUA

O programa BM&C News de ontem, recebeu dois convidados, o economista Vandyck Silveira, e Fabio Fares, especialista em análise macroeconômica, e os dois discutiram sobre as estratégias e os desafios enfrentados pelo Brasil e pelos Estados Unidos no combate à inflação.

Para começar, Fares e Silveira apontaram que o Banco Central do Brasil foi mais proativo no enfrentamento da inflação, iniciando cortes nas taxas de juros antes dos Estados Unidos. Essa decisão foi baseada na percepção de que a inflação no Brasil não era temporária, diferentemente do que o Federal Reserve (Fed) acreditava inicialmente sobre a inflação americana.

O Fed dos Estados Unidos demorou para reagir à inflação, acreditando que se tratava de um problema temporário de oferta. Eventualmente, o Fed implementou uma política de juros elevada, com a taxa atingindo 5,5%. Esse aperto monetário severo impactou significativamente a economia americana, especialmente no setor imobiliário, onde as taxas de hipotecas chegaram a 8,8%.

No Brasil, o Banco Central adotou uma postura agressiva ao aumentar os juros para combater a inflação. No entanto, a política fiscal expansiva durante os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva impediu uma convergência mais eficaz da inflação. Silveira criticou a falta de alinhamento entre as políticas fiscal e monetária, destacando que essa desarmonia foi prejudicial para a economia brasileira.

A discussão também abordou a diferença na produtividade e nos investimentos entre os dois países. Nos Estados Unidos, a alta produtividade e os investimentos substanciais permitem uma recuperação econômica robusta, mesmo com altas taxas de juros. No Brasil, a baixa produtividade e a falta de investimentos comprometem a competitividade e dificultam o controle da inflação.

Os especialistas concluíram que o Brasil enfrenta desafios estruturais profundos, como um sistema educacional deficiente e um déficit de capacidade produtiva. Essas questões, aliadas à falta de alinhamento entre as políticas fiscal e monetária, dificultam o combate à inflação e comprometem a competitividade econômica a longo prazo.

Assista a íntegra da entrevista em nosso Youtube:

Adicionar aos favoritos o Link permanente.