Crise Fiscal no Brasil é Inevitável, diz Ex-Ministro da Fazenda

Na última sexta-feira (28), durante o programa BM&C News, os apresentadores tiveram a presença de Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda. Nóbrega foi convidado para falar sobre a crise fiscal que o país está passando, e deu um alerta forte sobre a atual situação fiscal do Brasil, que segundo ele, é insustentável.

Com 96% dos gastos primários do governo federal sendo obrigatórios, apenas 4% do orçamento está disponível para definir prioridades, o que segundo o ex-ministro, é uma situação sem precedentes em comparação com outros países.

Após o alerta e a explicação, Nóbrega destacou que os gastos previdenciários, que já representam metade do total dos gastos primários, continuarão a crescer a um ritmo mais acelerado do que outras despesas. Isso reduzirá ainda mais a margem para gastos discricionários, tornando inevitável uma crise fiscal no futuro próximo.

O ex-ministro previu que, caso essa trajetória não seja alterada, o Brasil enfrentará um “momento Minsky” (o colapso financeiro após um período de instabilidade). Nóbrega comparou a situação à crise de 2008, quando o Lehman Brothers faliu, desencadeando uma crise financeira global.

Apesar do cenário desafiador, o Brasil possui algumas salvaguardas que podem atrasar a crise fiscal. Nóbrega mencionou que o país tem reservas internacionais superiores à dívida externa e um sistema financeiro sólido, sofisticado e bem regulado. Esses fatores podem retardar o colapso, mas não o evitam se não houver reformas fiscais profundas.

Chegando para o fim da entrevista, o ex-ministro disso que existe apenas uma única solução viável, que seria devolver ao país a flexibilidade orçamentária. Ele criticou a rigidez do orçamento brasileiro, onde 96% dos gastos são obrigatórios, comparando com a média mundial de cerca de 50%. Essa rigidez, especialmente em áreas como salários, previdência, saúde e educação, deve ser abordada para evitar a crise iminente.

Mailson da Nóbrega finalizou a entrevista com um alerta contundente: sem reformas significativas nos gastos obrigatórios, a crise fiscal brasileira é inevitável e pode ocorrer dentro de 3 a 5 anos.

Assista a íntegra da entrevista:

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