Tesouro Direto: Recorde de Taxas no IPCA+ Agita Mercado Financeiro

As negociações do Tesouro Direto foram suspensas na manhã desta segunda-feira (1º), após o último Boletim Focus elevar a projeção de inflação para 2024 para 4%. O site do Tesouro Direto mostrou apenas os títulos de Tesouro Selic com vencimento em 2027 e 2029 até às 13h, quando as negociações foram retomadas com taxas recordes nos títulos de inflação e prefixados.

Projeções de Inflação e Suspensão de Negociações

Os economistas consultados pelo Banco Central adotaram uma visão altista para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) há algumas semanas. Esta elevação na segunda-feira marcou a oitava revisão consecutiva, com a previsão de inflação passando de 3,98% para 4%. Embora alta, esta expectativa é menor que os 4,46% previstos no início de janeiro.

Tesouro IPCA+: Recordes em Taxas de Juros

Antes da suspensão, as taxas do Tesouro Direto já operavam em alta. Na primeira atualização do dia, o Tesouro IPCA+ 2035 subiu de 6,40% para 6,46%. Após a retomada das negociações, a taxa subiu ainda mais, atingindo 6,49%, o maior valor desde março de 2023.

Para o IPCA+ com vencimento em 2029, a taxa subiu de 6,39% para 6,46% na primeira atualização, alcançando 6,49% após a normalização – um recorde desde o lançamento do título em janeiro de 2023. Isso porque, o título de inflação mais longo, com vencimento em 2045, também atingiu 6,50%, o maior valor desde março de 2023.

Segundo o Ministério da Fazenda, suspensões como essa acabam sendo medidas para proteger os investidores, evitando compras a preços mais altos ou vendas a preços mais baixos do que os considerados justos.

Títulos Prefixados: Variação Menor

Os títulos prefixados tiveram variações menores comparados ao Tesouro IPCA+. Portanto, o Tesouro Prefixado 2027 subiu para 11,93% ante 11,85% na sexta-feira. Dessa forma, o título com vencimento em 2031 começou o dia a 12,50%, caiu para 12,48% após a suspensão, mas ainda em alta em relação à sexta-feira.

Em suma, além das revisões de inflação, economistas também ajustaram suas previsões para o dólar. O mercado elevou a expectativa para R$ 5,20 ao final de 2024, comparado aos R$ 5,15 da semana anterior.