Reforma Tributária: deputados propõem “imposto zero” para carnes; Frigoríficos agradecem

Ganha força no grupo de trabalho que regulamenta a reforma tributária a proposta de incluir carnes e sal como itens isentos de impostos na cesta básica. Os deputados propuseram, em uma reunião na Câmara, que proteínas como bovina, frango e peixe sejam isentas de impostos. Isso diminuiria os custos para o consumidor e favoreceria o setor de frigoríficos.

Na versão original do texto encaminhado ao Congresso, as carnes teriam redução de 60% da alíquota padrão. Fontes ouvidas pela reportagem da BM&C News confirmam que há um forte lobby da Frente Parlamentar do Agronegócio para essa mudança. 

Aumento da Alíquota Padrão 

Para o economista VanDyck Silveira a medida pode gerar aumento na alíquota padrão. “Isso vai forçar o IVA aumentar em um monte de outras coisas. Nenhum país do mundo faz isso, além do mais, coloca o Brasil diretamente em oposição às práticas sustentáveis de diminuição do consumo de carne”, analisa ele, que acredita que esse ponto também pode afetar diretamente a relação do Brasil com a União Europeia.

especialistas reforma tributária
O economista VanDyck Silveira: “Vai onerar outros produtos e serviços”

A semana segue intensa em Brasília e o grupo de trabalho que elabora o primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária pretende entregar todas as propostas antes do recesso do meio do ano. Nessa fase vai ficar estabelecido como será a implementação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Juntos eles formam o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vai unificar cinco tributos que incidem hoje sobre o consumo.

Frigoríficos agradecem 

A mudança proposta pelo grupo de trabalho favorece as ações do setor de frigoríficos, nesta terça, 2. O papel da Minerva (BEEF3) subia 3,89% no início da tarde. O trader André Machado,CEO do Projeto os 10%, analisou as ações no programa BM&C News. Confira aqui.  

VanDyck Silveira acredita que a medida está ligada a força do lobby do setor. “Não existe nada igual no mundo civilizado. Isso vai ter que onerar outros produtos e serviços. Uma total distorção por preferência política”, afirma o economista.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.