Payroll: EUA criam vagas de emprego acima do esperado, especialistas analisam

Nesta sexta-feira (05), o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados do payroll, dizendo que o país norte-americano criou 206 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de junho.

O indicador ficou acima das estimativas dos analistas, que de acordo com consenso, era para ser 190 mil vagas no mês.

Além desse dado, o departamento também divulgou que taxa de desemprego ficou em 4,1%, acima dos 4,0% do mês anterior. A taxa esperada pelos analistas era estável em 4,0%.

O especialista em análise macro, Fabio Fares, conversou com o portal da BM&C News e analisou os dados do Payroll e o impacto tanto na economia americana, quanto mundialmente.

Segunda Fares, o relatório é mais um sinal de que a economia americana está desacelerando. ”A criação de empregos no setor privado foi fraca e as revisões do mês anterior foram negativas. Além disso, o crescimento dos salários semanais continua diminuindo e a taxa de desemprego está sob pressão, subindo pelo segundo mês consecutivo”, completou o especialista.

Para Fábio, esses resultados provam que a cada dia que passa, fica mais forte o argumento para um corte de juros pelo FOMC em setembro. Porém ele alerta que “temos que tomar cuidado com essa narrativa de ‘o ruim é bom’ que o mercado de ações adotou, pois acho que vamos ver que essa desaceleração vai bater nos lucros e que vários fatores não irão permitir que este ciclo de cortes de juros seja muito agressivo”.

William Castro Alves, Estrategista-Chefe da Avenue, também deu sua opinião sobre os dados de emprego e seu impacto. Alves começou dizendo que o relatório de emprego de maio trouxe mais uma vez números mais fortes que o esperado. No entanto, Castro Alves sugere que alguns fatores tornaram a leitura desse Payroll muito mais branda do que os principais números podem sugerir.

Segundo o estrategista-chefe da Avenue, ”mais uma vez houve revisão dos dados de criação de postos de trabalho para baixo, foram 111 mil postos de trabalho a menos nos últimos 2 meses, o que é um número bastante expressivo”. Ele completa dizendo que a ”maior contribuinte na criação de postos de trabalho foi o governo. Criação de postos de trabalho no setor privado foi relativamente fraca, algo que o dado do ADP na quarta-feira já havia indicado”.

Por fim, Will Castro Alves finaliza dizendo que essa desaceleração está ”sugerindo que a economia e o mercado de trabalho americano seguem mostrando alguns sinais de desaceleração. Essa interpretação justifica a queda nos yields dos títulos de dívida americana no curto prazo”.

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