Apesar de pressão das ações da Vale (VALE3), Ibovespa fecha no azul

Após abrir no campo positivo, o Ibovespa passou boa parte da tarde rondando a estabilidade mas com tendência de queda graças a perdas de ações com peso relevante na composição da carteira teórica. No pano de fundo, investidores digerem os dados de trabalho nos EUA, mas ainda de olho nos movimentos em Brasília.

Payroll: EUA criam vagas de emprego acima do esperado, especialistas analisam

Ibovespa cai e dólar sobe: saiba ESTAS novidades antes de investir hoje (9)
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Nesta sexta-feira (05), o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados do payroll, dizendo que o país norte-americano criou 206 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de junho.

O indicador ficou acima das estimativas dos analistas, que de acordo com consenso, era para ser 190 mil vagas no mês.

Além desse dado, o departamento também divulgou que taxa de desemprego ficou em 4,1%, acima dos 4,0% do mês anterior. A taxa esperada pelos analistas era estável em 4,0%.

O especialista em análise macro, Fabio Fares, conversou com o portal da BM&C News e analisou os dados do Payroll e o impacto tanto na economia americana, quanto mundialmente.

Segunda Fares, o relatório é mais um sinal de que a economia americana está desacelerando. ”A criação de empregos no setor privado foi fraca e as revisões do mês anterior foram negativas. Além disso, o crescimento dos salários semanais continua diminuindo e a taxa de desemprego está sob pressão, subindo pelo segundo mês consecutivo”, completou o especialista.

Cenário doméstico: Lula muda o tom e mercado reage bem

A primeira semana de julho foi intensa. Picos no dólar, volatilidade na bolsa e juros longos sentindo toda a pressão das incertezas domésticas. O presidente Lula não se furtou de comentários duros.

Num primeiro momento fez declarações que estressaram o mercado. O dólar chegou a R$ 5,70. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entrou em cena: “O ministro da Fazenda precisa fazer o que tem feito de melhor, ser o mediador entre governo, mercado financeiro e Congresso. Haddad tem a confiança de Lula e sabe da importância da mediação neste momento delicado”, comenta o analista político Anderson Nunes.

O que explica a insistência de Lula nos ataques ao BC são pesquisas internas que sinalizam apoio da população às críticas aos juros altos e a Campos Neto. O levantamento mais recente que passou pela mesa do presidente da República indicou que mais de 60% dos brasileiros concordam com os ataques do petista ao Banco Central. O número reforçou a crença do presidente de que precisa bater no BC para ajudar a recuperar os índices de popularidade e ajudar o PT a ganhar terreno nas eleições municipais.

Lula só recuou com apelos do ministro da Fazenda, numa reunião do núcleo econômico do governo. O resultado foi o esperado. O presidente mudou completamente o tom: fez discurso enaltecendo o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Veja aqui.

Haddad convenceu o chefe de que as críticas ao Banco Central, embora encontre simpatia no eleitorado, poderiam elevar a inflação. “Lula fala para o eleitor dele, que num primeiro momento fica satisfeito. porem no futuro podemos ter como consequência os preços mais altos que também vai afetar todos os brasileiros, principalmente os mais pobres”, alerta Mário Goulart, analista CNPI e criador do canal do Analisto. 

Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices:

  • Ibovespa: 126.267,05 (+0,08%)
  • S&P 500: 5.567,19 (+0,54%)
  • Nasdaq: 18.352,76 (+0,90%)
  • Dow Jones: 39.375,87 (+0,17%)
  • Dólar: R$ 5,46 (-0,44%)
  • Euro: R$ 5,92 (-0,2%)
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