Bolsa funciona em dia de feriado estadual: oportunidade para investidores

Nesta terça-feira (09), o estado de São Paulo comemora o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, desde 1997, quando se tornou uma data comemorativa.

Para explicar, a revolução de 32 foi um levante armado do estado contra o governo provisório de Getúlio Vargas, instituído dois anos antes por meio de um golpe de Estado, e devido à participação das tropas paulistas, que lideraram o movimento, que 9 de julho se tornou feriado em São Paulo. Nos outros estados, ele não é comemorado.

Dito isso, o mercado deixava de abrir por causa do feriado na cidade, porém, recentemente, a bolsa optou por começar a abrir e não aderir a feriado municipais e estaduais, o que causa um impacto na economia brasileira, uma vez que a bertura da bolsa em um feriado estadual pode afetar significativamente a liquidez e a volatilidade dos ativos. A liquidez refere-se à facilidade com que um ativo pode ser comprado ou vendido no mercado sem afetar seu preço..

Em dias de feriado, espera-se uma menor participação de investidores, o que pode reduzir a liquidez. No entanto, com a bolsa aberta, mesmo em um feriado, os participantes do mercado têm a oportunidade de negociar, o que pode mitigar esse efeito.

Marco Saravalle, sócio e CIO da MSX Invest, conversou com o portal da BM&C News e comentou sobre o impacto da bolsa abrir em um feriado estadual e as expectativas para este mês de julho.

Saravalle começa explicando que a expectativa é de um volume mais fraco hoje, embora não tão reduzido quanto nos feriados norte-americanos. Ele lembra que a B3 optou por manter a bolsa aberta em feriados estaduais, parando apenas em feriados nacionais, que têm um impacto mais significativo na bolsa.

Ele também abordou as perspectivas futuras para a bolsa e as novas oportunidades para os investidores a partir deste feriado. Saravalle destaca que, neste mês de julho, podemos observar dois movimentos principais no mercado financeiro. Primeiramente, há uma redução na aversão ao risco, com investidores ajustando os descontos excessivos de diversos ativos. Muitos desses ativos, que haviam caído significativamente, estão agora se recuperando, com algumas ações subindo entre 10% e 30% apenas neste mês. No entanto, com essas altas expressivas em curto prazo, há a possibilidade de realização de lucros em alguns momentos, especialmente em certos papéis da bolsa.

Além disso, Saravalle menciona que nesta semana serão divulgados indicadores importantes de atividade econômica e inflação nos Estados Unidos. No Brasil, a recente alta no preço da gasolina, especialmente da Petrobras, tem repercutido de maneira mista.

Por um lado, a elevação sustenta a governança da companhia, mostrando menor ingerência política e reforçando uma gestão mais independente. Isso tem reduzido a percepção de risco associada à empresa, possivelmente sustentando ou até trazendo um viés positivo para o índice da bolsa.

Por outro lado, esse aumento no preço da gasolina impulsiona revisões para cima das expectativas de inflação para os próximos meses e para o final do ano. Isso pode resultar na manutenção da taxa Selic em 13,75% ao longo de 2024 e possivelmente até 2025. Os investidores estão reavaliando suas posições à luz desses desenvolvimentos. No entanto, as ações da Petrobras podem continuar reagindo positivamente devido à percepção de uma gestão independente e de uma governança em evolução, aliviando as preocupações dos investidores em relação à ingerência política.

Marco Saravalle destaca que, apesar do volume reduzido devido ao feriado estadual, o mês de julho traz oportunidades significativas para os investidores, com a recuperação de ativos e uma gestão mais independente da Petrobras. No entanto, os impactos da alta nos preços da gasolina e as expectativas de inflação podem influenciar a manutenção da taxa Selic. A evolução da governança corporativa e a resposta do mercado aos novos indicadores econômicos serão cruciais para determinar o comportamento futuro da bolsa.

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