O futuro dos carros: Saudi Aramco aposta em motores de combustão por pelo menos 3 décadas

Diante das projeções de uma era dominada por veículos elétricos, a Saudi Aramco, maior empresa de petróleo do mundo, toma uma atitude assertiva ao investir pesadamente nos motores de combustão. Recentemente, a empresa saudita adquiriu uma participação significativa na Horse Powertrain, visando fortalecer sua posição no mercado automotivo global. Esse movimento estratégico destaca a confiança da Aramco na longevidade e na relevância contínua dos motores de combustão nos próximos anos.

O futuro dos carros: Saudi Aramco aposta em motores de combustão por pelo menos 3 décadas
Fonte da imagem: Revista Carro

A transação, que envolveu uma soma considerável de 740 milhões de euros, sinaliza uma contracorrente importante no setor automotivo. Enquanto muitos preveem o declínio dos motores a gasolina e diesel, a Saudi Aramco, junto a seus parceiros, incluindo a Geely da China e a francesa Renault, visualiza um futuro onde esses motores ainda desempenham um papel fundamental. Este investimento sugere um cenário onde, apesar do crescimento dos carros elétricos, o motor de combustão continuará essencial por muitas décadas.

Por que a Saudi está investindo nos motores de combustão?

A decisão da Saudi Aramco em investir em uma empresa de motores tradicionais pode parecer contra intuitiva à primeira vista. No entanto, a estratégia vem acompanhada de uma ampla perspectiva de negócios e de mercado. Yasser Mufti, vice-presidente executivo da Aramco envolvido na negociação, enfatizou que a eliminação completa dos motores de combustão não só será custosa como pouco viável no curto prazo. Ainda há uma demanda global considerável que sustenta a produção deste tipo de motor, principalmente em regiões menos desenvolvidas ou que têm adotado uma abordagem mais lenta na transição para eletricidade.

Quais são as perspectivas para o futuro dos motores de combustão?

Contrariando algumas expectativas de mercado, especialistas do setor acreditam que os motores de combustão interna continuarão a ter um papel significativo no futuro. A seguir, estão listados os principais pontos de vista:

  1. Visão de Matias Giannini, CEO da Horse:
    • Futuro até 2040 e além: Giannini prevê que uma proporção significativa de veículos ainda será equipada com motores de combustão interna.
    • Tipos de motores: Inclui veículos exclusivamente a gasolina, híbridos e plug-in híbridos.
  2. Perspectiva de Philippe Houchois, analista automotivo na Jefferies:
    • Transição gradual: Houchois reforça a ideia de que a transição para veículos totalmente elétricos está ocorrendo de forma mais lenta do que o previsto inicialmente.

Essas perspectivas sugerem que, apesar do crescimento dos veículos elétricos, os motores de combustão interna continuarão a ser relevantes, adaptando-se às necessidades e regulamentações do mercado. A visão compartilhada pelos especialistas destaca uma transição gradual, onde diferentes tipos de motorização coexistirão no futuro próximo.

O impacto do protecionismo comercial e a resposta da Indústria

Ademais, o recente aumento do protecionismo comercial e a desaceleração nas vendas de carros elétricos têm impactado as estratégias das fabricantes de automóveis. Nesse contexto, empresas como a Horse, que agora contam com o apoio da Saudi Aramco, estão bem posicionadas para se ajustar e até mesmo prosperar. A joint venture já garante um volume de produção de 3,2 milhões de unidades por ano, com planos de expansão, o que indica uma postura confiante perante os desafios do mercado.

Este fortalecimento no segmento de motores de combustão, marcado pela compra de participações em empresas inovadoras como a Horse Powertrain, reflete não apenas uma jogada de negócios astuta da Saudi Aramco, mas também um sinal de que o fim do motor de combustão, embora inevitável a longo prazo, ainda não está tão próximo quanto alguns poderiam imaginar. A Aramco aposta na coexistência dos motores de combustão ao lado dos elétricos, preparando-se para um futuro onde ambas as tecnologias têm seu espaço.

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