Lula tem melhora na aprovação após falar mais e “bater” no BC

Recentemente, uma nova fase de pesquisas de opinião trouxe indicativos de que o humor dos brasileiros está mais favorável em relação ao terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes dessa medição, Lula focou em conceder entrevistas a rádios locais, o que parece ter sido uma jogada acertada. Essa opção estratégica provavelmente jogou um papel crucial para essa mudança de cenário.

Durante essas entrevistas, o presidente aproveitou para abordar temas especialmente sensíveis e de grande interesse público, como a política econômica e medidas sociais. Segundo dados da Quaest, falas contra a alta da taxa Selic e a promessa de isenção de impostos para produtos básicos como carnes foram bem recebidas pela população. Essas declarações contribuíram para um crescimento de quatro pontos percentuais na aprovação de Lula, conforme apontam as recentes pesquisas da Quaest e Ipec.

Imagem: Internet.

O que explica o aumento da popularidade de Lula? Entenda

Este aprimorado envolvimento com a mídia pode ser um dos fatores determinantes para o leve crescimento na aceitação de Lula. Com uma aproximação maior e mais direta com a população através das rádios, Lula conseguiu transmitir suas mensagens sem intermediários, o que parece ter fortalecido sua imagem junto ao eleitorado. Além disso, houve uma redução na rejeição ao seu governo, inclusive entre comunidades chave como os evangélicos.

Um olhar sobre as estratégias de comunicação de Lula

No início de seu mandato, o presidente tentou inovar com o programa “Conversa com Presidente”, buscando uma alternativa às tradicionais lives feitas por seu antecessor, Jair Bolsonaro. Contudo, essa estratégia não conseguiu o alcance desejado e foi gradualmente deixada de lado. Em contrapartida, a adoção de entrevistas mais frequentes e focadas parece ter sido uma jogada de mestre, mostrando resultados positivos nas recentes pesquisas.

Temas quentes nas entrevistas de Lula

Entre os assuntos quentes abordados nas entrevistas, as críticas de Lula à política de juros chamaram a atenção. O presidente não poupou palavras ao falar sobre a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, alegando que o presidente mantém a taxa Selic alta (10,50%) por motivos políticos, o que, segundo ele, dificulta investimentos no país. Tal posição parece ressoar com o público: uma significativa porção dos entrevistados pela pesquisa Quaest concorda com essa visão crítica.

Essa aproximação direta via rádios locais, priorizada por Lula, pode ter sido o diferencial que permitiu ao presidente falar abertamente sobre essas questões, potencializando sua mensagem junto aos ouvintes e, consequentemente, aos eleitores. Observa-se, assim, uma estratégia que, embora arriscada, mostrou-se eficaz até o momento para melhorar a percepção pública do seu governo.

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