Falecido magnata Evelyn de Rothschild é acusado de abusos sexuais

Evelyn de Rothschild, falecido banqueiro e ex-conselheiro da rainha Elizabeth II, foi acusado de abuso sexual e assédio por várias mulheres que trabalharam com ele na NM Rothschild na década de 1990. As alegações polêmicas vieram à tona dois anos depois de sua morte, aos 91 anos, com funcionárias do banco de investimentos controlado pela família Rothschild revelando que se sentiam incapazes de falar enquanto ele estava vivo, devido ao seu grande poder tanto dentro da empresa quanto no cenário britânico.

Segundo o The Guardian, várias fontes afirmaram que o banqueiro supostamente explorou sua posição como presidente da NM Rothschild para atingir colaboradoras da empresa. Elas, inclusive, apresentaram alegações graves de que ele as sujeitou a sérias agressões sexuais e assédio na sede em Londres.

Uma das mulheres informou que foi violentamente agredida pelo magnata enquanto trabalhavam no local. Já outra disse que ele teria colocado as mãos dentro da blusa e da calcinha dela para apalpá-la.

Uma terceira funcionária contou que foi forçada a praticar um ato sexual com ele enquanto estava sentado em sua mesa.

Evelyn de Rothschild recebe troféu de Charles (príncipe de Gales, à época) no Royal Ascot em junho de 2019
Evelyn de Rothschild recebe troféu de Charles (príncipe de Gales, à época) no Royal Ascot em junho de 2019

Afirma-se que Evelyn de Rothschild “escolheria” funcionárias mais júniors, atraindo-as com promessas de progressão na carreira antes de submetê-las a “investidas sexuais indesejadas”. Alega-se, também, que mulheres que resistiram ou demonstraram alguma ameaça ao magnata foram supostamente demitidas e receberam acordos financeiros em troca de silêncio.

Um porta-voz da NM Rothschild se pronunciou: “Lidamos com qualquer reclamação de forma rápida e decisiva. Valorizamos a cultura que desenvolvemos ao longo dos anos, e não há lugar para tal comportamento em nossa cultura”.

Evelyn de Rothschild

Além da dedicação por mais de seis décadas ao império de bancos formado pela família, Evelyn de Rothschild era conhecido por ser um importante conselheiro da rainha Elizabeth II, falecida em setembro de 2022. A tarefa resultou em uma concessão de título de “Sir”, em razão dos serviços prestados à família real e ao país.

família Rothschild comanda um império de bancos desde o século XVIII, e por isso esteve intimamente ligada à própria história do Reino Unido. Foi um banco da família que ajudou a financiar, por exemplo, a derrota de Napoleão, na batalha de Waterloo, em 1815.

Mais de um século depois, as empresas do grupo Rothschild foram responsáveis por conduzir parte das privatizações durante o governo de Margaret Thatcher, fruto da proximidade da família com a ex-primeira-ministra britânica.

A rainha Elizabeth II encontra Sir Evelyn de Rothschild, Lady Rothschild e o barão Eric de Rothschild durante uma recepção no Palácio de St James em Londres
A rainha Elizabeth II encontra Sir Evelyn de Rothschild, Lady Rothschild e o barão Eric de Rothschild durante uma recepção no Palácio de St James em Londres

Entre muitas fusões e cisões, o banqueiro advogou pela tentativa de privilegiar o controle da família sobre os negócios, preservando parte do império, ao invés de ceder às propostas de compra por outros grupos financeiros da Europa e Estados Unidos.

Conhecido por seu gosto por cavalos e obras de arte, Evelyn deixou sua marca em negócios alheios ao mundo financeiro. Ele comandou conglomerados de mídia, como a revista The Economist e o jornal The Telegraph, e criou a Fundação Eranda Rothschild, dedicada ao financiamento de políticas de bem-estar social e de pesquisas médicas.

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