Como a Volatilidade do Dólar e Juros nos EUA Afetam Investidores Brasileiros

Durante o programa BMC News, Otávio Barros, especialista em mercado internacional da Fami Capital, concedeu uma entrevista e analisou como os movimentos globais e os desafios internos do Brasil estão influenciando o câmbio, além de apontar oportunidades estratégicas para investidores brasileiros.

Volatilidade do Dólar e Cenário Doméstico

Segundo Otávio Barros, a recente volatilidade do dólar não é um fenômeno isolado ao Brasil, mas um reflexo de um movimento global que afeta quase todas as moedas. “O real brasileiro adiciona um pouco mais de volatilidade devido a problemas internos, principalmente relacionados à desconfiança do mercado quanto às questões fiscais do governo”, explica Barros. Ele acredita que uma resposta fiscal mais sólida poderia acalmar essa instabilidade, mas enquanto isso não ocorre, o mercado continua a precificar um prêmio no dólar em relação ao real.

Expectativas Sobre a Taxa de Juros nos EUA

A decisão do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros nos Estados Unidos é um dos fatores mais monitorados pelos investidores globais. Barros ressalta que o mercado está ansioso por uma queda nas taxas, que tem sido esperada desde o início do ano, mas ainda não se concretizou. “A expectativa é que o movimento de queda de juros possa começar na reunião de setembro, mas o importante é até onde essa queda irá”, comenta.

Big Techs e Inteligência Artificial: Impactos no Mercado

Os resultados das grandes empresas de tecnologia, como Google, Tesla e Nvidia, têm um papel crucial no mercado. Barros destaca a Nvidia como um indicador significativo do investimento em inteligência artificial e produtividade futura. “Os resultados dessas empresas são monitorados de perto, e qualquer movimento pode influenciar o mercado globalmente”, afirma.

Diversificação e Oportunidades para Investidores Brasileiros

Barros enfatiza a importância da diversificação internacional para os investidores brasileiros, que muitas vezes mantêm um viés doméstico desproporcional. “Diversificar em moedas fortes e economias robustas pode trazer mais equilíbrio e segurança para a carteira de investimentos”, aconselha. Ele observa que, embora os investidores brasileiros tenham evoluído nos últimos anos, ainda há uma alta correlação entre os ativos locais que pode ser mitigada com investimentos internacionais.

Oportunidades no Mercado Americano

A possível queda das taxas de juros nos EUA pode abrir novas oportunidades para investidores. “Se houver uma realização mais acentuada, pode ser um bom momento para montar ou aumentar posições em empresas americanas”, sugere Barros. Ele acrescenta que, historicamente, 90% das vezes que o Fed inicia um movimento de queda de juros, o mercado de ações dos EUA apresenta um desempenho positivo nos 12 meses seguintes, exceto em casos de recessão severa.

Otávio Barros conclui destacando a robustez da economia americana e a importância de monitorar as decisões do Fed. “A diversificação internacional não é apenas sobre buscar melhores retornos, mas também sobre proteger o patrimônio contra riscos locais”, finaliza.

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