Servidora do TJSP que desviou R$ 2,5 milhões é condenada a 16 anos

São Paulo — A servidora do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) Elliana Vita de Oliveira foi condenada a 16 anos de prisão pelo desvio de R$ 2,5 milhões de contas judiciais. A Justiça não deu à servidora a possibilidade de se defender em liberdade a manteve em prisão preventiva.

Elliana trabalhava no Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) da Justiça de São Paulo e foi acusada, ao lado de outros investigados, de desviar multas milionárias decorrentes de condenações judiciais — dinheiro que seria destinado aos cofres públicos.

Segundo o juiz Paulo Fernando Deroma De Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, “merece maior reprovação o fato de a acusada ocupar cargo de confiança dentro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”.

“Cabia à acusada a responsabilidade de cuidar de diversos inquéritos policiais, conferindo a destinação correta de valores ou objetos apreendidos”, anotou.

O magistrado ainda fundamentou o motivo pelo qual ela deve continuar presa. Ele afirmou que “Elliana estava prestes a fugir do país, como
restou demonstrado, o qual somente não aconteceu por que a polícia deteve antes o marido da condenada”.

“Também imperioso destacar que a condenada possui contatos de absoluta confiança dela na estrutura do Poder Judiciário. Assim, há sérios riscos à ordem pública, caso fosse concedido o direito de apelar em liberdade”, escreveu. Ela está presa desde agosto de 2023.

A sentença também impôs a perda do cargo público à servidora. Para os outros sete réus, as condenações somadas passam dos 31 anos.

A denúncia foi assinada pelos promotores Juliano Atoji, Luiz Fernando Bugiga, Fábio Bechara, Luis Manzano, Danilo Pugliesi e Francine Pereira Sanches.

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