Em semana com decisão de juros no Brasil e nos EUA, dólar abre em alta

Depois de despencar mais de 2,4% na semana passada, a primeira do governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, o dólar abriu a sessão desta segunda-feira (27/1) operando em alta.

  • Por volta das 9h10, a moeda dos Estados Unidos era negociada a R$ 5,94, com alta de 0,36%.
  • Na sexta-feira (24/1), o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 5,918 na venda, uma queda de 0,13%.
  • Na última semana, a moeda americana acumulou perdas de 2,43%, com cinco sessões consecutivas de baixa. Em janeiro, o recuo foi de 4,23%.

“Superquarta”

As atenções do mercado financeiro estão voltadas nesta semana às decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Na quarta-feira (29/1), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vão anunciar a taxa básica de juros – é a chamada “superquarta”.

Entenda

  • “Superquarta” é o termo usado no mercado financeiro para o dia em que coincidem as divulgações das taxas básicas de juros no Brasil e nos EUA.
  • A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
  • A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
  • Ao reduzir a Selic, a tendência é a de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

De acordo com as projeções do mercado, o Copom deve manter o aperto monetário e subir mais uma vez a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, dos atuais 12,25% para 13,25% ao ano.

Esta será a primeira reunião do Copom desde a posse de Gabriel Galípolo na presidência do BC, no início deste ano.

Nos EUA, por sua vez, o Fed divulgará sua primeira decisão sobre os juros desde a posse de Trump na Casa Branca.

A expectativa dos investidores é que o BC americano mantenha os juros no intervalo entre 4,25% e 4,5%, contrariando Trump, que defende uma queda na taxa.

Tarifas de Trump

A semana passada foi marcada pela posse do novo presidente dos EUA, que reassumiu o cargo na última segunda-feira (20/1). Desde então, o dólar foi impactado e vem caindo sucessivamente, em um movimento global.

  • Desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais americanas, em novembro, os mercados vinham projetando que as tarifas comerciais impostas pelo novo governo na Casa Branca poderiam fazer a inflação subir, levando o Federal Reserve a manter o aperto monetário por mais tempo.
  • Nos últimos dias, no entanto, se consolidou a percepção de que Trump não deve definir as novas tarifas tão rapidamente quanto parte do mercado esperava.
  • Na prática, até agora, Trump se limitou a orientar as agências federais a examinarem com lupa os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais adotadas por outros países, que supostamente prejudicariam os interesses americanos. Mas não houve nenhum anúncio oficial sobre novas tarifas.

Após tomar posse, Trump chegou a dizer que vai impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México e 10% para a China – cifra inferior, no caso chinês, à que vinha sendo especulada pelo mercado. O chamado “tarifaço” que muitos esperavam, porém, não veio.

  • Na quinta-feira (23), Trump fez um pronunciamento no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no qual reiterou que, em sua avaliação, há forte desequilíbrio na balança comercial dos EUA com vários países com os quais negocia.
  • Trump reiterou a intenção de impor novas tarifas, mas ainda não especificou de que forma nem quando isso será feito.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações na Bolsa de Valores do Brasil, começam daqui a pouco, às 10 horas.

  • No último pregão da semana passada, na sexta-feira, o indicador fechou em leve baixa de 0,03%, aos 122,4 mil pontos.
  • Com o resultado, o Ibovespa encerrou a semana acumulando alta de 0,08%.
  • No acumulado de janeiro, o índice tem ganhos de 1,8%.
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