Bodycam de PM mostra resgate de pessoas em estação de metrô alagada

São Paulo — A câmera corporal de um policial militar registrou o momento em que ele, outro PM e civis ajudaram a salvar pelo menos 20 pessoas que se seguravam aos corrimões da estação de metrô Jardim São Paulo-Ayrton Senna, na zona norte de São Paulo, para não serem levados pela enxurrada causada pelo temporal da última sexta-feira (24/1) na capital.

No registro, obtido pelo Metrópoles, é possível ver que a força da água tornava difícil a ultrapassagem das pessoas que ficaram presas na estação da linha 1-Azul do Metrô, com a água batendo em seus joelhos. Segundo as imagens, o resgate aconteceu por volta das 16h30 de sexta.

Formando uma corrente humana e se apoiando em grades, as pessoas eram retiradas, uma a uma, para as escadas que levam para o lado de fora da estação.

Veja:

Em um outro momento do mesmo registro, os policiais passam as catracas e descem até a plataforma de embarque, que estava completamente alagada. O nível da água fez com que os vãos por onde os trens passam ficassem submersos, o que formou uma “piscina” de água lamacenta no local.

Os policiais conseguem atravessar a estação e chegar a uma sala dos fundos exclusiva dos funcionários do Metrô, onde estavam abrigadas outras pessoas que ficaram presas no local no momento da enxurrada.

Assista: 

Ilhados na catraca

Outro vídeo, este de câmera de segurança, mostra pessoas ilhadas nas catracas logo no início do alagamento da estação, às 16h07. Entre elas, está uma criança, que um policial pega no colo e resgata até o lado de fora da estação. Após alguns minutos, as duas mulheres que ficaram conseguem sair do local aos poucos.

À medida que o nível da água baixa, a câmera registra os policiais dos vídeos anteriores caminhando em direção à plataforma de embarque para resgatar outros civis.

Veja:

 

O que diz o Metrô

A Linha 1-Azul do Metrô voltou a funcionar normalmente em toda sua extensão, de Jabaquara a Tucuruvi, desde as 4h40 da segunda-feira (27/1). Após o temporal que atingiu a cidade de São Paulo na sexta, a circulação dos trens entre as estações Jardim São Paulo, Parada Inglesa e Tucuruvi foi interrompida em razão de alagamentos que deixaram os trilhos e plataformas submersos.

A operação nessas três estações foi totalmente restabelecida às 23h desse domingo (26/1), após o trabalho ininterrupto de uma força-tarefa que envolveu cerca de 200 pessoas desde a noite de sexta.

As áreas internas e de fluxo da estação Jardim São Paulo foram limpas, sistemas eletroeletrônicos foram restabelecidos e a água que invadiu a via dos trens foi totalmente drenada. Nessa mesma estação, na sexta, vídeos circularam nas redes sociais com passageiros ilhados se protegendo sentados em cima de corrimões.

Veja:

O Metrô também informou que um muro do acesso à estação que sucumbiu com a força da água foi isolado e reforçado estruturalmente.

A via por onde circulam os trens foi lavada, com os sistemas elétricos e de sinalização e controle aferidos para o cumprimento de todas as garantias da operação em segurança.

“O Metrô também acionou as equipes terceirizadas de manutenção especializada de elevadores para o ajuste e troca de peças do equipamento de acesso à plataforma, que está indisponível pelos danos provocados pela água”, finaliza a nota.

Temporal

A cidade foi castigada por alagamentos, desabamentos, desespero e falta de energia na sexta-feira (24/1). Na Vila Madalena, foi registrada a única morte contabilizada pela Defesa Civil que foi provocada pela tempestade na cidade. O artista plástico Rodolpho Tamanini Netto, 73 anos, ficou preso em casa e morreu afogado durante o temporal na Rua Belmiro Braga, perto do Beco do Batman. O corpo dele foi encontrado somente no sábado, nos fundos da casa onde vivia.

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Rastro de destruição após tempestade em São Paulo

Destruição provocada pela chuva na região de Pinheiros, na zona oeste de SP
Rastro de destruição após tempestade em São Paulo
Rastro de destruição após tempestade em São Paulo
Destruição provocada pela chuva na região de Pinheiros, na zona oeste de SP
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Bruna Sales/Metrópoles

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Destruição provocada pela chuva na região de Pinheiros, na zona oeste de SP

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Ainda no bairro, a cena mais impactante foi registrada na Rua Romeu Perrotti, onde a enxurrada provocada pela chuva derrubou o muro de um prédio, arrastou carros e atingiu pelo menos dez casas.

Com a força da água, um dos carros quebrou o portão da garagem e invadiu a janela de uma casa. A sequência dos acontecimentos foi registrada por uma câmera de segurança (assista abaixo).

Esse foi o terceiro maior volume de chuva dos últimos 64 anos, segundo dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Mirante de Santana, na zona norte da capital. Ou seja, o temporal é o terceiro maior desde o início da série histórica, em 1961.

A Defesa Civil do Estado ainda ressalta que, dos 125,4 mm registrados na sexta, o acumulado de 82 mm entre 15h e 16h foi o maior volume computado em apenas 1 hora desde 25 de julho de 2006.

Para estabelecer ainda mais um recorde, num intervalo de três horas, choveu quase metade do previsto para todo o mês de janeiro. Dos 257,3 mm de chuva esperados para o mês, 125 mm (48,5%) foram registrados na última sexta.

Segundo os bombeiros, foram 126 chamados de árvores caídas, 219 referentes a enchentes, inundações e alagamentos, outros 14 chamados sobre desmoronamentos, desabamentos e soterramentos.

Também houve registro de alagamento na Linha 7-Rubi da CPTM.âme

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