Esposa de Netanyahu é investigada por intimidação contra testemunha

A polícia de Israel abriu um processo de investigação criminal contra Sara Netanyahu, esposa do primeiro ministro do país, Benjamin Netanyahu. As informações são do The Times of Israel.

Segundo as informações obtidas pela publicação, Sara teria promovido uma campanha de intimidação contra testemunhas e interferido no caso que apura ações de corrupção contra o seu esposo.

O jornal israelense diz que a investigação foi aberta após a uma reportagem do programa “Uvda”, do Canal 12, apontar que Sara Netanyahu ordenou que um antigo assessor do marido orquestrasse protestos e uma campanha online contra a testemunha-chave em um dos casos em que o primeiro-ministro está sendo julgado.

Netanyahu passa por um julgamento em que é acusado de fraude, quebra de confiança e suborno. O premiê nega todas as acusações.

O julgamento pretende encerrar um ciclo de investigação que começou em 2017, apresentou uma acusação em 2020, mas apenas em 2021 passou a ouvir testemunhas em virtude da pandemia de Covid.

Em meados de 2024, a promotoria concluiu o seu trabalho, cabendo agora a Netanyahu ser interrogado. Devido à guerra contra o Hamas, o processo sofreu inúmeros atrasos a pedido da defesa do primeiro-ministro.

As acusações contra Netanyahu

No processo que marca a primeira acusação, o primeiro-ministro teria recebido do empresário Arnon Milchan US$ 75.800 em charutos e US$ 52.300 em champanhe, entre 2011 e 2016. A mulher de Netanyahu, Sara, também teria recebido US$ 3.100 em joias, mas a acusação alega agora que este valor seria de US$ 45 mil.

Outro associado de Milchan, o australiano James Packer, também teria dado US$ 65 mil em charutos e champanhe ao casal Netanyahu. O premiê é acusado de ajudar Milchan em questões relativas ao visto norte-americano e outros interesses comerciais em troca de presentes caros. A avaliação em Israel é de que este seja o caso no qual Netanyahu corre o maior risco de ser condenado.

Em outro caso, o primeiro-ministro é acusado de buscar prejudicar o Israel Hayom, jornal distribuído gratuitamente, para beneficiar outro veículo, o Yediot Ahronot. Em troca, o jornal beneficiado deveria mudar a abordagem jornalística da cobertura sobre o primeiro-ministro, considerada negativa por Netanyahu.

Um terceiro processo, também conhecido como caso Bezeq-Walla, tem como foco as alegações de que Netanyahu teria aprovado decisões regulatórias que beneficiariam financeiramente Shaul Elovitch, acionista da companhia de telecomunicações Bezeq. A acusação é de que, em contrapartida, Netanyahu teria passado a receber cobertura jornalística favorável do popular portal de notícias Walla, também de propriedade de Elovitch.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.