Desunião do PL faz maior bancada ser coadjuvante na Assembleia Legislativa

A popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os eleitores catarinenses fez do antes modesto PL um campeão de votos no Estado. Em 2022, o partido fez a maior bancada na Assembleia Legislativa (Alesc). A desunião do PL, no entanto, fez com que essa força não garantisse protagonismo ao partido no parlamento.

Júlio Garcia aproveita desunião do PL na Alesc

Júlio Garcia (PSD) chegou à presidência da Assembleia Legislativa com apoio do PL, que mesmo com a maior bancada não conseguiu protagonizar disputa em 2023 e 2025 – Foto: Rodolfo Espínola / AgênciaAL/ND

O PL tem 11 deputados estaduais, maior bancada da Alesc – disparado. Segunda maior bancada, o MDB tem seis cadeiras, enquanto o PT tem quatro. Outros quatro partidos têm quadro deputados estaduais: PSD, PP, Podemos e União Brasil.

PL não conseguiu entrar nas disputas pela presidência da Alesc

Mesmo com essa diferença, a pulverização das demais legendas e a força do governo estadual, o PL é coadjuvante na Alesc. No último sábado, o deputado estadual Júlio Garcia (PSD) foi eleito presidente do Legislativo estadual pela quarta vez na história. Teve apoio do PL, mas só confirmado quando ele já tinha nas demais bancadas os 21 apoios necessários para garantir a maioria entre os 40 parlamentares.

Em 2023, a situação foi a mesma. Enquanto o partido debatia internamente, Mauro de Nadal (MDB) já contava com a maioria para liderar a Casa.

A situação vai para além da presidência e da mesa diretora, onde o partido ocupa a 1ª Secretaria com Ana Campagnollo e a 4ª Secretaria com Oscar Gutz. O PL vai continuar fora das presidências da comissões mais relevantes do parlamento: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de Finanças.

A primeira deve ser confirmada para o deputado estadual Pepê Collaço (PP), em acordo no qual o PP abriu mão de uma vaga na mesa diretora para o PL. Na segunda, a tendência é a continuidade do deputado estadual Marcos Vieira (PSDB).

Ação dos adversários e desunião do PL isolam partido desde 2023

O isolamento do PL na Alesc foi construído em 2023, quando os demais partidos se organizaram em blocos partidários para contrapor o peso dos 11 eleitos pelo partido. Assim, MDB e PSDB formaram um bloco com oito integrantes, PSD, União Brasil e PTB (atual PRD) compuseram outro bloco com 7 integrantes.

Isso evitou que o PL tivesse de dois a três integrantes obrigatoriamente nas comissões. Mas mais do que a calculadora, o que conta para a coadjuvância do partido do governador Jorginho Mello no parlamento é a própria desunião da bancada. Existem diversas divisões internas no grupo, o que dificulta qualquer ação planejada em grupo.

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