Analista questiona taxa de resgate do Tesouro Direto e causa polêmica

O Tesouro Direto ainda vale a pena com redução da projeção para inflação?

A recente alta na taxa de resgate do título do Tesouro Direto com vencimento em 2035 gerou críticas por parte da analista de renda fixa e sócia da Nord Research, Marília Fontes. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, a especialista classificou a situação como preocupante. Historicamente sempre elogiou a transparência do Tesouro, mas desta vez discorda do que está acontecendo.

O principal questionamento de Marília é que a taxa de resgate do título está muito acima do que seria esperado, o que pode impactar negativamente investidores que precisam liquidar seus papéis antes do vencimento. Vale lembrar que esse mesmo título, o IPCA+ 2035 não está mais disponível para compra.

Para Marília, “nada justifica a taxa de resgate do B35 (IPCA+ 2035) estar em 7,81%“. Um patamar considerado anormal dentro da lógica de precificação do mercado secundário. Essa discrepância pode impactar negativamente investidores que precisam vender seus papéis antes do vencimento, reduzindo significativamente a rentabilidade da aplicação.

Eu passei minha carreira falando que o Tesouro Direto é uma veículo transparente, mas se eles vão colocar 40 bases de spread na pessoa física desavisada, então eles não transparentes” criticou a analista.

O Tesouro Direto pode fazer isso?

Sim, o Tesouro Direto pode ajustar as taxas de resgate, pois elas são calculadas com base no mercado secundário. Isso significa que o valor do título oscila conforme as condições do mercado, incluindo a oferta e demanda, a curva de juros futuros e a política monetária do Banco Central.

Como funciona a precificação do resgate no Tesouro?

  • O preço do título muda diariamente – Se os juros futuros sobem, os títulos prefixados e atrelados à inflação caem de preço no mercado secundário.
  • O Tesouro segue o mercado secundário – A precificação do resgate é baseada nas negociações do mercado, então não há um valor fixo.
  • Pode haver diferença entre a compra e o resgate – A taxa de venda (quando você compra) pode ser diferente da taxa de compra (quando você resgata). Isso ocorre porque o Tesouro pode aplicar um spread (diferença) para evitar arbitragens.
  • Fatores externos impactam os preços – Decisões do Copom, expectativas de inflação e crises econômicas podem influenciar os juros e, consequentemente, as taxas dos títulos.

Procuramos a Assessoria de Comunicação (Ascom) do Tesouro Nacional, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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