Mulher denuncia agressão de ex-vereador suspeito de rachadinha em SP

São Paulo — Eugênio Zwibelberg (Avante), ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ubatuba, no litoral de São Paulo, é acusado pela ex-mulher de violência doméstica e tentativa de feminicídio.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima disse que a relação tinha um histórico de agressões e o político a ameaçava utilizando as filhas do casal para exercer controle emocional e financeiro.

A última agressão ocorreu no dia 29 de dezembro de 2024, segundo a mulher. Eugênio Zwibelberg começou uma discussão após ingerir bebida alcoólica e bateu na ex-companheira diante das filhas. Ao tentar sair de casa com as crianças, ela foi impedida pelo político, que ainda disse às filhas que a mãe estaria abandonando a família para viver com outra pessoa.

Ainda conforme a mulher, Zwibelberg teria iniciado uma campanha para desmoralizar a ex-mulher, espalhando informações falsas sobre sua saída da cidade e tentando intimidá-la.

Ela conseguiu uma medida protetiva e se mudou para outra cidade por temer novas agressões.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi encaminhado ao 96º Distrito Policial (Cidade Monções), responsável pela área dos fatos, onde foi instaurado um inquérito policial. A unidade está realizando diligências para esclarecer todos os fatos. Demais detalhes serão preservados em razão do sigilo das investigações.

Eugênio Zwibelberg foi procurado pelo Metrópoles, mas ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.

Ex-vereador afastado por suposta rachadinha

Eugênio Zwibelberg foi afastado do cargo de vereador em Ubatuba em outubro de 2024 acusado de organizar e manter um suposto esquema de rachadinha na Câmara Municipal da cidade do litoral norte de São Paulo. Ele era presidente da Casa na ocasião.

Segundo a polícia, ele, o então vice-presidente, José Roberto Campos Monteiro Júnior, conhecido como Junior Jr (Podemos), e o 2º secretário, Josué D’ Menor (Podemos), além de outros cinco assessores, “mantinham, cada qual em seus gabinetes, uma engrenagem criminosa literalmente direcionada a desviar recursos públicos por meio da espúria exigência de repasse de parte dos salários de servidores comissionados que, seja no Legislativo”.

A investigação também revelou que indicados desses vereadores em cargos de secretarias da Prefeitura de Ubatuba eram obrigados a devolver salários. A apuração contou com relatos detalhados de testemunhas protegidas que fizeram parte do esquema e afirmaram que os parlamentares exigiam a devolução dos salários.

De acordo com os depoimentos, Eugênio Zwibelberg não aceitava ser contrariado. Quem se recusava a fazer parte dos esquemas era perseguido. Uma das testemunhas disse acreditar que o vereador queria matá-lo.

O político do Avante não foi reeleito nas eleições municipais de 2024.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.