O que é Web3? Saiba suas características e a diferença para outras fases da internet

Ilustração sobre Web3
Entenda o que é e como funciona a Web3 (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Web3 representa uma nova fase da internet, com foco em descentralização e controle de dados. Diferente da Web2, em que as big techs dominam serviços e dados, a rede usa a tecnologia blockchain para criar um ambiente aberto, transparente e seguro.

É necessário um conjunto de tecnologias interconectadas para o funcionamento da Web3. Enquanto a blockchain atua como um livro-razão para as transações digitais, os apps descentralizados desenvolvem os contratos inteligentes e as criptomoedas são usadas como meio de pagamento dentro da rede.

Um exemplo prático da Web3 são as NFTs, certificados usados para representar a propriedade de itens virtuais únicos. Entre eles, obras de artes e terrenos em ambientes virtuais como o metaverso.

A seguir, conheça mais sobre a Web3, seu funcionamento, vantagens e aplicações no dia a dia.

Índice

  • O que é Web3?
    • Como surgiu a Web3?
  • Como funciona a Web3?
    • Quais são as principais características da Web3?
  • Qual é a diferença entre Web1, Web2 e Web3?
  • Quais são os exemplos práticos de uso da Web3?
  • Quais são as vantagens da Web3?
  • Quais são as desvantagens da Web3?
    • Quais são os riscos da Web3?
  • Qual é a diferença entre Web3 e Web 3.0?

O que é Web3?

A Web3 é uma evolução da internet, construída sobre a base da blockchain e da descentralização. Seu objetivo é criar um espaço digital aberto, inteligente, transparente e seguro, oferecendo maior controle sobre os dados e liberdade aos usuários.

Como surgiu a Web3?

O conceito da Web3 surgiu com Gavin Wood, cofundador da criptomoeda Ethereum, em 2014. O cientista da computação usou o termo ao descrever uma nova versão da internet, baseada na tecnologia blockchain, onde os usuários têm maior controle sobre seus dados e não estão sujeitos ao domínio das grandes empresas.

Diferente da Web2, caracterizada pela centralização dos serviços nas mãos de big techs como Google e Meta, a Web3 promete uma internet mais democrática e segura. A tecnologia blockchain, que garante a imutabilidade e transparência das transações, é fundamental para essa nova visão.

Como funciona a Web3?

O funcionamento da Web3 se baseia na tecnologia blockchain para criar um ambiente online mais seguro, transparente e descentralizado. A rede atua como um livro-razão digital imutável, registrando todas as transações de forma pública e verificável.

Essa tecnologia também permite a criação de aplicativos descentralizados (dApps), que são programas autoexecutáveis baseados em contratos inteligentes. Esses contratos são acordos com regras definidas diretamente no código, eliminando a necessidade de intermediários e garantindo a execução automática das transações.

As criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, são a moeda nativa desse ecossistema, usada para pagamentos e como forma de recompensa por participação na rede. A descentralização da Web3 significa que não há um único ponto de controle, tornando a rede mais resistente a falhas e censuras.

Quais são as principais características da Web3?

A Web3 apresenta sete características principais. São elas:

  • Descentralização: aplicativos e serviços são distribuídos por uma rede de computadores, eliminando a necessidade de uma autoridade central;
  • Blockchain: a tecnologia de registro distribuído garante a segurança e a transparência das transações, servindo como um livro-razão imutável;
  • Interoperabilidade: a capacidade de diferentes blockchains se comunicarem e trocarem informações;
  • Controle do usuário: os usuários têm maior controle sobre seus dados, armazenados em blockchains e protegidos por criptografia;
  • Contrato inteligente: programas autônomos executam automaticamente às cláusulas de um contrato quando determinadas condições são atendidas;
  • Tokenização: a representação de ativos, tanto físicos quanto digitais, na forma de tokens digitais, facilitando a compra, venda e negociação;
  • Criptomoeda: as moedas digitais substituem as “moedas fiduciárias”, emitida pelos bancos centrais de governos, nas transações de bens e serviços digitais.

Qual é a diferença entre Web1, Web2 e Web3?

Há uma evolução nas versões da Web, começando pela Web1 com conteúdo estático. Já na Web2, surgiu a interação e criação de conteúdo, enquanto a Web3 promete descentralização e maior controle dos dados pelos usuários.

Características Web1 Web2 Web3
Foco Conteúdo estático Interação e conteúdo gerado pelo usuário Descentralização e propriedade do usuário
Principais tecnologias HTML, links Java Script, redes sociais, plataformas colaborativas Blockchain, criptomoedas, inteligência artificial
Interação Somente leitura Leitura e escrita Leitura, escrita e propriedade
Centralização Servidores centralizados Empresas de tecnologia centralizam dados e serviços Descentralização por meio de redes distribuídas
Propriedade dos dados Empresas detêm os dados Empresas detêm os dados, usuários geram conteúdo Usuários detêm seus dados e identidade digital
Privacidade Limitada Preocupações com privacidade devido à coleta de dados Maior controle sobre privacidade dos dados
Economia Empresas controlam a economia digital Plataformas digitais centralizam o comércio eletrônico Economia digital descentralizada, com criptomoedas e NFTs
Exemplos Páginas estáticas, diretórios online Redes sociais, blogs, plataformas de vídeo Aplicativos descentralizados (dApps), metaverso, jogos com NFTs

Quais são os exemplos práticos de uso da Web3?

A Web3 permite a criação de novas aplicações e serviços baseados nas tecnologias de blockchain que oferecem maior segurança, transparência e controle aos usuários. Alguns exemplos são:

  • Tokens não fungíveis (NFTs): certificados digitais de autenticidade que garantem a propriedade única de ativos digitais, como obras de arte, itens de colecionador e até mesmo imóveis virtuais no metaverso;
  • Criptomoedas: moedas digitais que usam a criptografia para proteger as transações e eliminar a necessidade de intermediários financeiros, como bancos;
  • Finanças descentralizadas (DeFi): serviços financeiros baseados em blockchain que oferecem alternativas aos bancos tradicionais, como empréstimos, investimentos e seguros, de forma mais acessível e transparente;
  • Aplicativos descentralizados (dApps): aplicativos de código aberto que rodam em redes de blockchain, permitindo que qualquer pessoa possa verificar e auditar o código-fonte, garantindo maior segurança e confiabilidade.

Quais são as vantagens da Web3?

A Web3 promete uma internet mais democrática e eficiente, com diversos benefícios para os usuários:

  • Controle: os usuários têm maior controle sobre seus dados e identidade digital, sem depender de grandes empresas centralizando as informações;
  • Transparência: as transações são registradas de forma imutável em blockchains, garantindo maior transparência e auditabilidade;
  • Segurança: a descentralização torna os sistemas mais resistente a ataques e falhas, pois não há um ponto central;
  • Finanças descentralizadas: a Web3 democratiza o acesso a serviços financeiros, permitindo que qualquer pessoa participe de transações sem intermediários, como bancos;
  • Novos modelos de negócios: a Web3 abre portas para novos modelos de negócios, como NFTs, que mudam a forma como compramos e vendemos bens digitais.

Quais são as desvantagens da Web3?

A Web3, apesar dos diversos atributos positivos, também tem um conjunto de desvantagens que devem ser consideradas. Entre elas, estão:

  • Complexidade: os conceitos de blockchain e de contratos inteligentes podem ser difíceis de serem compreendidos por usuários comuns, exigindo um aprendizado aprofundado;
  • Segurança: apesar da promessa de maior segurança, a Web3 já enfrenta desafios como ataques a contratos inteligentes, roubos de criptomoedas e vulnerabilidade em protocolos;
  • Regulamentação: a natureza descentralizada dificulta a criação de leis e regulamentações claras, o que pode levar a atividades ilícitas e falta de proteção ao consumidor;
  • Requisitos técnicos: o uso da Web3 exige equipamentos modernos e conexões de internet de alta velocidade, excluindo parte da população com menor acesso à tecnologia;
  • Interoperabilidade: a falta de compatibilidade entre a Web3 e a Web2 dificulta a transição e adoção em massa, obrigando os usuários a utilizarem ambas as plataformas.

Quais são os riscos da Web3?

A Web3 é um espaço ainda em desenvolvimento que apresenta certos riscos. Alguns deles são:

  • Novas formas de ataques cibernéticos: a complexidade da Web3 abre portas para novos tipos de ataques, como exploits em contratos inteligentes, phishing altamente sofisticado e ataques a carteiras digitais;
  • Volatilidade: o mercado de criptomoedas, base da Web3, é conhecido por sua alta volatilidade, expondo os usuários a riscos de perdas financeiras significativas;
  • Centralização oculta: embora a Web3 prometa descentralização, alguns projetos podem apresentar elementos centralizados, como nós de validação controlados por grandes empresas, minando o princípio fundamental da tecnologia;
  • Sustentabilidade: o alto consumo de energia de algumas blockchains levanta questionamentos sobre a viabilidade da tecnologia a longo prazo.

Qual é a diferença entre Web3 e Web 3.0?

A Web3 se refere ao conceito de internet descentralizada, onde a tecnologia blockchain tem um papel central. Seu objetivo é permitir que os usuários tenham maior controle dos dados, participem de redes sem intermediários e use aplicações como criptomoedas e NFTs.

Já a Web 3.0, ou Web Semântica, é um conceito de evolução da internet que busca tornar as informações mais compreensíveis para as máquinas. A ideia é criar um ambiente onde os computadores possam entender o significado dos dados, permitindo buscas mais precisas e a criação de aplicações mais inteligentes.

O que é Web3? Saiba suas características e a diferença para outras fases da internet

Adicionar aos favoritos o Link permanente.