De candidato a vereador a alvo da PF: quem é o chefe do tráfico de GO

Fernando Batista da Silva, conhecido como Fernando da Serrinha, ganhou notoriedade em Luziânia ao tentar disputar uma vaga na Câmara Municipal nas eleições de 2024 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). No entanto, sua trajetória política foi interrompida não apenas por problemas na Justiça Eleitoral, mas agora também por uma prisão por tráfico internacional de drogas e fraudes milionárias contra o Programa Farmácia Popular do Governo Federal.

Fernando foi preso na manhã desta quinta-feira (13/2) pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Arthron, que busca desarticular um grupo criminoso responsável por desviar dinheiro da saúde pública e financiar o tráfico de drogas.

As autoridades apontam que ele participava ativamente da importação de grandes quantidades de entorpecentes da Bolívia, Colômbia e Peru, além de estar diretamente envolvido no esquema de fraudes com farmácias de fachada.

Histórico

A prisão de Fernando da Serrinha não é sua primeira passagem por problemas com a Justiça. Durante sua campanha eleitoral em 2024, ele já enfrentava impugnação de sua candidatura devido a uma condenação criminal anterior.

De acordo com a Justiça Eleitoral, seu registro foi indeferido por conta de uma condenação por crimes contra o patrimônio privado, sistema financeiro e mercado de capitais, enquadrados na Lei Complementar nº 64/1990, que trata da inelegibilidade de políticos condenados.

À época, Fernando confirmou a condenação em suas redes sociais, afirmando que o processo transitou em julgado em 2022 e que, por isso, ele só poderia concorrer novamente em 2030. Em sua defesa, publicou um vídeo desmentindo qualquer envolvimento com o tráfico de drogas, alegando que “não tem nada a ver com drogas” e prometendo disponibilizar a sentença judicial para comprovar sua versão dos fatos.

Mesmo inelegível, o ex-candidato manteve presença ativa na política local e nas redes sociais, onde afirmava continuar com seu “trabalho social” e apoio à comunidade.

Da política ao crime

As investigações da Operação Arthron, conduzidas pela Polícia Federal, indicam que Fernando da Serrinha não apenas atuava no tráfico de drogas, mas também participava da lavagem de dinheiro obtido através do esquema de fraudes no Programa Farmácia Popular. Segundo as autoridades, o dinheiro público desviado era utilizado para financiar a compra de drogas que abasteciam o tráfico no entorno do Distrito Federal.

A operação mobilizou 120 agentes da Polícia Federal, que cumpriram 106 ordens judiciais, incluindo seis mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. Além disso, foram bloqueados mais de R$ 39 milhões em bens e contas bancárias ligadas aos investigados.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.