Dólar cai com Galípolo na Fiesp, emprego no Brasil e tarifaço nos EUA

O dólar operava em baixa nesta sexta-feira (14/2), em um dia de agenda econômica movimentada no radar dos investidores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.


O que aconteceu

  • Às 9h12, a moeda dos Estados Unidos caía 0,16% e era negociada a R$ 5,759.
  • No dia anterior, o dólar encerrou a sessão em leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,768 na venda.
  • Com o resultado, a moeda norte-americana acumula perdas de 0,42% na semana, de 1,18% no mês e de 6,66% no ano.

Galípolo na Fiesp

No cenário doméstico, o destaque é a reunião entre dirigentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Na última quarta-feira (12/2), o chefe da autoridade monetária participou de um seminário promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com o Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro.

No evento, Galípolo disse que tem “espaço e voz” para interagir com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e alertar as autoridades econômicas sobre as conjunturas interna e externa e eventuais riscos.

“Tenho tido espaço e voz para poder falar sobre o que eu imagino que vá acontecer com o mercado, tentar traduzir e explicar por que isso está acontecendo. Eu me sinto absolutamente contemplado para isso”, afirmou Galípolo.

“A segunda variável é onde para, institucionalmente, a função do BC. Faz parte do desafio para você não cruzar uma linha e não transcender o quadrado da autoridade monetária”, ponderou.

No mesmo dia, em entrevista a uma emissora de rádio, Lula fez elogios a Galípolo e disse que o presidente do BC precisa de “tempo” para “consertar os juros” no país.

“Não é possível dar um cavalo de pau em um navio como o Brasil”, afirmou o presidente da República. “Precisamos ir ajustando as coisas e tenho certeza de que o Galípolo vai consertar os juros.”

Galípolo, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início do governo Lula (era o número 2 da pasta comandada por Fernando Haddad), foi indicado por Lula para a Diretoria de Política Monetária do BC e, em seguida, para a presidência da autarquia.

Pnad Contínua

Ainda no cenário doméstico, o mercado financeiro repercute os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento indica o quanto a economia brasileira está aquecida.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, as atenções dos investidores continuam voltadas para a divulgação de indicadores econômicos, como tem acontecido ao longo desta semana.

Nesta quinta, saem os dados referentes a janeiro de vendas do comércio varejista nos EUA, além da produção industrial.

O mercado também repercute ainda o anúncio das “tarifas recíprocas” direcionadas a todos os países que cobram impostos sobre importações dos EUA.

A medida aumenta os temores de uma guerra comercial global e ameaça acelerar a inflação dos EUA.

Desde que assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Trump iniciou uma guerra tarifária como estratégia para proteger os interesses dos EUA.

Até o momento, foram anunciadas taxações para as importações de produtos do México, do Canadá e da China. Os presidentes do México e do Canadá buscaram entendimentos com os EUA e, temporariamente, as tarifas foram suspensas.

A posição do governo brasileiro deve ser a de cautela e diálogo com os EUA para encontrar uma solução para a tarifa de 25% sobre aço e alumínio.

Em linhas gerais, a reação inicial do mercado às tarifas recíprocas foi a de alívio, já que o anúncio foi considerado mais ameno do que se esperava. Há estudos do governo norte-americano sobre o assunto que devem ser concluídos apenas no fim de abril.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,38%, aos 124,8 mil pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumula alta de 0,19% nesta semana, baixa de 1,02% em fevereiro e ganhos de 3,8% em 2025.

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