ÁUDIO – “É um embate meu: quero destruir a mentira”, diz Lula em Belém

Ele também atacou os governos do PSDB no estado: “não fizeram uma obra”, afirmou. E disse que virou moda no país “falar mal dos outros”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, nesta sexta-feira (14), uma entrevista à Rádio Clube do Pará, em Belém, na qual enfatizou sua determinação em combater a disseminação de notícias falsas e destacou que seu foco atual é governar o país. Apesar de colocar em dúvida sua candidatura à reeleição em 2026, sua fala deixou aberta a possibilidade de disputar um novo mandato.

Durante a entrevista com o radialista Nonato Cavalcanti, Lula afirmou estar otimista com o ano de 2024 e destacou que um de seus principais desafios será “destruir a mentira” no Brasil. “Eu estou muito otimista neste ano para algumas coisas: para fazer uma colheita e para fazer com que a verdade ganhe da mentira. Eu estou colocando na minha vida um desafio: eu quero destruir a mentira. Esse é o embate meu, eu quero destruir a mentira”, afirmou.

O presidente relembrou ensinamentos de sua mãe sobre a verdade e criticou a disseminação de fake news. “Eu aprendi com a minha mãe desde pequeno: meu filho, a verdade engatinha, mas a mentira voa, porque é mais fácil mentir. E nós temos uma turma de gente aqui no Brasil que não para pra fazer outra coisa a não ser mentir, fazer provocação, ofender os outros e falar mal de todo mundo. E eu quero um país de verdade”, declarou.

“Governo anterior nada fez no Pará”

Lula também criticou gestões anteriores no estado – leia-se governos tucanos de Almir Gabriel e Simão Jatene – , afirmando que houve descaso com o Pará e que a administração passada não entregou obras no estado. “Se você chegar no Pará e perguntar o que o governo anterior fez no Pará, eu duvido que você encontre uma obra, eu duvido que você encontre uma casa verde-amarelo, eu duvido que você encontre um emprego verde-amarelo”, afirmou.

Ao ser questionado sobre sua candidatura à reeleição, Lula manteve um tom cauteloso, destacando sua idade e saúde como fatores decisivos. “Agora, se eu for ser candidato, Nonato, tenho uma discussão com muitos partidos políticos, com a sociedade brasileira. Eu tenho 79 anos, eu tenho que ter consciência comigo mesmo, eu não posso mentir para ninguém, e muito menos para mim”, disse.

“Tirei as bobagens da cabeça”

Apesar de não confirmar sua candidatura, o presidente afirmou que sua decisão dependerá de seu estado físico e mental. “Se eu tiver com 100% de saúde, se eu tiver com a energia que eu tenho hoje… Inclusive de cabeça limpa, sabe por quê? Eu caí, levei um tombo, machuquei a cabeça, e eu fiz um tratamento, limpei a cabeça, limpei tudo que era bobagem que estava na cabeça, só ficou coisa boa agora. Só ficou coisa boa. Então, é esse país que a gente vai discutir em 2026”, afirmou.

Lula reforçou que sua prioridade no momento é governar e entregar projetos ao povo brasileiro. “Por enquanto, eu quero fazer as entregas que prometi pro povo. Eu quero governar em 2025, eu quero andar nesse país, eu quero visitar Belém, quero visitar as cidades do interior, quero visitar o Brasil inteiro, quero entregar coisas que têm que ser feitas. É muita escola, é muito Instituto Federal, é muito programa de saúde”, declarou.

Compromisso com políticas públicas

Durante a entrevista, Lula destacou avanços do governo em áreas como saúde e educação, citando o crescimento do programa Mais Médicos. “Nós chegamos no Brasil agora, tinha 12 mil médicos no Mais Médicos, nós já estamos com 28 mil médicos, levando médicos para as cidades onde nunca se teve médico, onde as crianças morriam sem uma assistência médica”, afirmou.

Por fim, ele reafirmou seu compromisso em fortalecer as políticas públicas antes de pensar na eleição. “Eu quero devolver a decência de tratamento do Estado ao povo brasileiro. Aí depois eu vou pensar em reeleição”, concluiu.

Marketing e campanha

A declaração de colocar em dúvida a disputa pela reeleição pode ser parte de um jogo estratégico do presidente, que já está em franca movimentação eleitoral. A frase dita por ele na primeira reunião ministerial do ano, em 20 de janeiro, reforça essa percepção: “2026 já começou. Se não por nós, […] pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou. Só ver o que vocês assistem na internet para ver que já estão em campanha.”

A mudança no discurso de Lula também pode estar ligada à estratégia de seu novo marqueteiro, que busca calibrar a comunicação do governo e evitar que a oposição use a antecipação da candidatura como munição política. Enquanto ele mantém a retórica de que sua prioridade é governar 2025, seus gestos e declarações indicam que o projeto de reeleição já está em curso.

Com a crescente polarização política e o avanço dos adversários na corrida eleitoral, Lula parece adotar uma tática de despiste, evitando um desgaste prematuro e tentando manter a imagem de governante focado na gestão. No entanto, para quem conhece o histórico do presidente, a dúvida sobre sua candidatura soa mais como estratégia do que como hesitação genuína.

LEIA A ENTREVISTA

“Eu estou muito otimista neste ano para algumas coisas: para fazer uma colheita e para fazer com que a verdade ganhe da mentira. Eu estou colocando na minha vida um desafio, eu quero destruir a mentira. Esse é o embate meu, eu quero destruir a mentira, porque eu aprendi com a minha mãe desde pequeno, meu filho, a verdade engatinha, mas a mentira voa, porque é mais fácil mentir. E nós temos uma turma de gente aqui no Brasil que não pára pra fazer outra coisa a não ser mentir, de fazer provocação e ofender os outros, a falar mal de todo mundo. E eu quero um país de verdade.

Eu quero um país em que a pessoa sabe o que vai acontecer e o governo tem a coragem de olhar nos olhos da pessoa. Se não puder fazer, diga porque eu não posso saber. Mas fazer aquilo que o povo precisa. Então esse é o meu ano. Presta atenção, Nonato. Eu quero desmascarar essa quantidade de mentiras que tem, que se criou de fake news, no celular. Todo mundo mentindo pra todo mundo.

Eu aprendi com a mulher analfabeta que me ensinou. Meu filho, você conhece a verdade pelos olhos. Quando você estiver conversando com uma pessoa, olhe nos olhos da pessoa, não olhe na boca não. Porque a verdade não está nos lábios, a verdade está nos olhos. Eu aprendi isso com a mulher analfabeta que me ensinou, que é minha mãe. Então é isso que eu vou fazer nesse país. Se você chegar no Pará e perguntar o que o governo anterior fez no Pará, eu duvido que você encontre uma obra, eu duvido que você encontre uma casa verde-amarelo, eu duvido que você encontre um emprego verde-amarelo. Olha, porque só se mentiu nesse país. Se permitiu a morte de mais de 700 mil pessoas por irresponsabilidade contra a vacina?

Então, falar mal virou moda, vender fantasia, provocar os outros, ofender o outro. Então, é por isso que eu digo, 2025 é o meu ano. Agora, se eu for ser candidato, Nonato, tenho uma discussão com muitos partidos políticos, com a sociedade brasileira, eu tenho 79 anos, eu tenho que ter consciência comigo mesmo, eu não posso mentir para ninguém, e muito menos para mim. Se eu tiver com 100% de saúde, Se eu tiver com a energia que eu tenho hoje. Inclusive de cabeça limpa, sabe por quê?

Eu cai, levei um tombo, machuquei a cabeça, e eu fiz um tratamento, limpei a cabeça, limpei tudo que era bobagem, que estava na cabeça, só ficou coisa boa agora. Só ficou coisa boa. Então, é esse país que a gente vai discutir em 2026. Se eu tiver legal e achar que eu posso ser candidato, eu posso ser candidato. Mas não é a minha prioridade agora. Eu quero governar em 2025, eu quero andar nesse país, eu quero visitar Belém, quero visitar as cidades do interior, quero visitar o Brasil inteiro, quero entregar coisas que têm que ser feitas. É muita escola, é muito Instituto Federal, é muito programa de saúde. O cara, nós chegamos no Brasil agora, tinha 12 mil médicos no Mais Médicos, nós já estamos com 28 mil médicos. levando médicos para as cidades onde nunca se teve médico, onde as crianças morriam sem uma assistência médica.

Que país é esse? Então eu quero devolver a decência de tratamento do Estado ao povo brasileiro. Aí depois eu vou pensar em reeleição. Por enquanto, eu quero fazer as entregas que prometi pro povo”.

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