“Não vou fazer GLO”, diz Lula sobre governadores não aderirem a PEC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quinta-feira (20/2), que o governo federal pretende colaborar com os estados e o Distrito Federal na segurança pública, mas descartou a possibilidade de decretar operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Em entrevista no Palácio do Planalto, Lula destacou que a situação do Rio de Janeiro é preocupante e que há excesso de violência no estado, muitas vezes causado pela própria polícia.

Como resposta, o governo pretende apresentar ao Congresso, ainda no primeiro semestre, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para definir o papel da União na segurança pública — o que é tratado com resistência pelos governadores.

“Nós mandamos uma PEC para o Congresso Nacional, essa PEC foi discutida com todos os governadores, foi reajustada e vamos definir o papel da União na segurança pública. Queremos ter uma participação mais efetiva e mais forte na segurança dos estados. Muitas vezes, os governadores não querem. Às vezes, eles pedem GLO. Eu não vou fazer GLO, porque a GLO que a gente fez no Rio de Janeiro gastou mais de R$ 2 bilhões, e não resolveu nada”, criticou Lula.

O presidente reforçou que deseja contar com o apoio dos governadores. Segundo o governo, a PEC busca fortalecer a atuação das forças de segurança. “O crime organizado é uma indústria poderosa. Queremos ser parceiros dos governadores no aprimoramento da ação da polícia, uma participação melhor da Polícia Federal (PF) e, se for preciso, criar outro mecanismo. Não podemos entrar na favela só para matar”, completou.

“Se for provado, só tem uma saída: ser preso”

Na mesma entrevista dada à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, Lula comentou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado. O petista classificou a acusação como “extremamente grave” e afirmou que, se confirmadas as provas, Bolsonaro deve ser preso.

“Se for provada a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República da tentativa de golpe, da participação do ex-presidente, do primeiro escalão dele, da tentativa de morte de um ministro da Suprema Corte, do presidente e do vice-presidente, é uma coisa extremamente grave. Se for provado, só tem uma saída: ser preso”, destacou Lula.

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