BELÉM- Bloco afro acusa prefeitura de racismo após exclusão do carnaval

Integrantes do bloco afro Afoxé Itarimissa Navuru denunciam ao Portal Ver-o-Fato uma suposta invisibilidade por parte da prefeitura de Belém no Carnaval 2025. Com exclusividade, Edson Barbosa, um dos fundados do bloco questionou:

“A prefeitura, agora com a mudança do novo governo, agora é o Igor Normando e a Secretaria de Turismo, que agora não é mais Fundação, a Fumbel, que foi extinta, e agora a nova secretaria de Cultura e Turismo do município de Belém na nova gestão é a Cilene Sabino”, iniciou.

“E aí, na programação oficial, nas escolas de samba do grupo especial, a gente não está no carnaval. Aí a prefeitura fez uma outra parceria com o sistema, com o Circuito Mangueirosa, também. O Afoxé não está no carnaval. E a gente fica perguntando, querendo entender o porquê dessa invisibilidade da cultura afro-brasileira na Amazônia, onde a maioria da população, principalmente no estado do Pará, é de pardos e negros, e a gente está sendo de uma certa forma impedido de estar na programação oficial do Carnaval, que é nas aberturas da Escola de Samba, e também outros grupos privados aí, que o Circuito Mangueirosa, que faz a parceria com a prefeitura, também não inclui o bloco afro, Italemir, Senavuru e outros blocos afros que existem na cidade”, explica Edson.

“Nós sabemos que é o racismo institucional, que às vezes não impede, invisibiliza, É o apagamento da tradição cultural afro-amazônida. E em plena COP30, Belém que vai sediar também a COP30 esse ano. Quer dizer, a governança não se preocupa que essas populações tradicionais são importantes na construção da cultura e tradição da sociedade brasileira. E a gente, mais uma vez, somos vítimas do racismo. E fizemos algumas reuniões dos grupos, dos blocos afros. Tem o grupo Samba Xé, tem o bloco Afro Axé Dudu” diz.

Edson informa que na última sexta-feira (21) integrantes do bloco reuniram para discutir ações a serem executadas em prol dos blocos afro e protestos contra o “racismo religioso”.

O bloco foi fundado em 2002 e se apresentou pela primeira vez no Carnaval 2003, em parceria com o terreiro de candomblé e desde então se tornou tradição no carnaval paraense.

A equipe de reportagem do Ver-o-Fato entrou em contato com a prefeitura de Belém e aguarda nota para atualização da matéria.

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