Estudo revela dieta que pode elevar o colesterol e “detonar” a saúde

Entre os diversos tipos de dietas, existe uma que divide opiniões por conta de suas vantagens e prejuízos: a cetogênica. Trata-se de uma estratégia alimentar que prioriza o consumo de proteínas e gorduras (80% da alimentação), resultando na diminuição do consumo de carboidratos (20% da alimentação).

É evidente que, ao recorrer a esse regime, há a expectativa de não apenas melhorar a composição corporal, como também aspectos da saúde. No entanto, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, e publicado na Cell Reports Medicine, levantou um alerta quanto à estratégia em questão.

Segundo os pesquisadores, essa dieta pode até ajudar no emagrecimento, no entanto, pode elevar o colesterol “ruim” e causar prejuízos à microbiota intestinal.

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A investigação contou com 53 adultos saudáveis, que foram acompanhados por 12 semanas. Assim, foi observado um aumento nos níveis de colesterol, principalmente o colesterol do tipo LDL, conhecido como colesterol “ruim”. Ademais, a dieta ainda aumentou a concentração de apolipoproteína B (apoB), responsável pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias.

O estudo mostrou que é necessário atenção ao aderir a esse protocolo. Ao priorizar o consumo de gorduras, a qualidade delas deve ser considerada, a fim de não haver aumento no perfil lipídico. Muitos, por exemplo, tendem a exagerar no consumo de proteína animal, o que pode fazer mal ao bem-estar.

O alerta é reforçado para aqueles que tendem a buscar por dietas da moda. Elaborar uma conduta alimentar por conta própria não é boa ideia. Nenhum modelo dietético pode ser considerado universal. Fatores diversos devem ser considerados ao montar um plano alimentar.

Prato de dieta cetogênica com salada, ovo frito e fatias de bacon - Metrópoles
A dieta cetogênica consiste em uma redução drástica da quantidade de carboidratos na alimentação, dando preferência pelo consumo de carnes e gorduras boas

Ainda que seja priorizado uma maior quantidade de gorduras saudáveis — como as mono e poliinsaturadas — concentrar maior valor energético em gorduras pode não ser uma boa ideia.

Vale destacar, por fim, que os carboidratos não são nocivos ou precisam ser evitados. Alimentos que englobam o grupo dos vegetais, como frutas, legumes e cereais integrais, são de suma importância, principalmente por promoverem a ingestão das fibras, responsáveis pelo controle do colesterol e saciedade.

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica

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